Poema ‘Danação’ de Miguel Almeida (Ser Como Tu)

Danação

Quando não há mais nada,

Para além do nada,

E tudo acabou,

Ainda me persegue a esperança,

A deusa última, derradeira

Companheira, nas horas finais.

Mas eu não quero mais,

Nada mais,

Não quero ver, coisa alguma

Não quero ouvir, coisa nenhuma

Não quero viver, nem sofrer

Apenas quero existir para morrer.

Mas agora, qual fera

Moribunda,

A esperança não me larga,

E cerra os dentes, sobre mim

Para que então, mais atroz

Eu sofra mais, à última vez do algoz.

Surpreendido?

Eu estava à espera de tudo, 

Menos daquilo,

Ainda surpreendido?

Eu não estava à espera de nada,

Mas esperava tudo, esperando aquilo.

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Miguel
Miguel
13 anos atrás

Escolheste bem, Sofia, se bem que não seja fácil, "Danação" é, para mim, um dos melhores poemas de Ser Como Tu. Se bem que o não possa parecer, é um poema sobre a esperança, a omnipresença da esperança na vida/vida a criação.
Miguel

  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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