Como escritor e cidadão atento, decidi escrever um manifesto por Portugal, estou cansado que o foque seja dado apenas a quem nos diz “sois embrutecidos! só servis para trabalhar e pagar impostos! sois a cauda da Europa!” e coisas semelhantes. À semelhança dos homens e mulheres que erguem a voz e gritam BASTA! em tempos de mudança como o que estamos a viver, decidi como que personificar Portugal e pô-lo bradando a sua glória mais elevada, utilizando um registo que, ao longo da História, tem marcado épocas de viragem cultural/social/económica/política, etc.
Como se trata de um manifesto, pede-se a quem concordar que deixe o seu nome em jeito de assinatura, e/ou que partilhe pelos seus contactos, simplesmente, as palavras de um escritor inconformado. De um Portugal Emancipado!
Fico-vos grato.
Cordiais cumprimentos,
Samuel Pimenta.
Aqui fica o meu contributo! Obrigada Samuel por partilhares o teu manifesto connosco!
Ler o manifesto em https://branmorrighan.com/2012/01/manifesto-de-portugal-emancipado.html
Ou abaixo:
Manifesto de Portugal Emancipado
“Saio hoje à rua gritando chamo-me Portugal!
Que se calem os que me calam a voz, pois hoje grito orgulhosamente o meu nome! Chamo-me Portugal!
Sou o barco intemporal da Europa e o rosto que desde a formação do mundo beija o oceano amorosamente e sem cansaço. Sou o porto feérico do sonho e da esperança, a ponte entre o velho e o novo mundo. Deixo que a audácia me defina e que a liberdade me permita abraçar o fado sublime que me pertence. Heroicamente, construo um magnífico império de homens emancipados, pois sou a promessa quimérica cumprida e a utopia do desejo alcançada. Por isso, hoje, calem-se todos os que me calam a voz, pois sou eu que falo, Portugal!
Calem-se! Calem-se esses senhores indignos de falar em meu nome e em nome do povo que é meu e só meu! Calem-se esses dantas iguais a todos os dantas que já passaram e que hão-de vir! Calem-se os sebastiões indesejados e os salazares desta nova senhora a que chamam de Democracia! Calem-se! Calem-se! Calem-se! Chegou o tempo de eu, Portugal emancipado, bradar enfurecidamente por todos os cantos desse meu rectângulo alienado, dessa Europa arruinada por fantoches, desse mundo que se esqueceu de mim. Chegou o tempo de eu gritar o meu nome bendito com o orgulho que me enche o peito! Portugal!
Que se calem os que não são o Portugal de D. Afonso Henriques e de Pessoa, de D. Dinis e de Souza-Cardoso, do Visionário Infante e de Camões, de D. João II e de Amália, de D. Manuel I e de Gil Vicente, de Sophia e de Garrett, de Eça e de Vasco da Gama, de Saramago e de António Vieira, de Bartolomeu Dias e de Cesário Verde, de Almada Negreiros e de Vasco Santana, de Vieira da Silva e de Bocage, de Álvares Cabral e de Cesariny, de Beatriz Costa e de Miguel Torga, de Eduardo Viana e de Salgueiro Maia! Calem-se! Que se calem todos os que me ofuscam levianamente o brilho e o mérito, fazendo crer ao meu povo que é a mediocridade que me anima. Não sou tacanho, não sou incapaz, não sou imbecil. Sou o país da vontade férrea e da glória que o meu povo almeja, a esperada vitória por cumprir. Por isso, calem-se todos os que ao meu povo mentem, roubam e pregam uma realidade distorcida!
Calem-se!
Calem-se!
Calem-se!
Sou o Portugal Emancipado, o Portugal que é do mundo e das gentes, o Portugal humano e imaterial, o raio de luz que rasga a névoa do oceano com a volúpia dos que querem ser sempre mais e melhor. Sou o Portugal Emancipado que não é das gentezinhazinhas usurpadoras e corruptas. Sou o teu Portugal, tu que me escutas a voz. Sou o Portugal da consciência desperta dos homens e das mulheres que acreditam em mim, que mudam o seu mundo para que eu renasça e me cumpra. E eu irei renascer! Eu cumprir-me-ei! Pois pertenço aos seres livres que me querem grandioso e autêntico, que me querem sempre igual ao que eu verdadeiramente sou e ao que, hoje, grito orgulhosamente, para que se calem, de uma vez só, todos os que me têm calado a voz!
Calem-se! Pois hoje falo eu!
Chamo-me Portugal!
Alcanhões, 5 de Janeiro de 2012