Não Sou Um Serial Killer
Dan Wells
Editora: Contraponto
Sinopse: John Wayne Cleaver é um rapaz perigoso – muito perigoso. E passou a vida a tentar não cumprir o seu potencial.
É bem-comportado, calado, tímido e reservado, mas incapaz de sentir empatia e de compreender as pessoas que o rodeiam. Prefere conviver com os mortos; o seu trabalho (e passatempo favorito) é embalsamar cadáveres na casa mortuária que pertence à família. Além disso,
partilha o nome com um famoso serial killer e tem uma obsessão quase incontrolável por psicopatas e assassinos em série. Sob estas circunstâncias, parece que o seu destino está traçado.
Contudo, Cleaver tem consciência das suas invulgares características, e quer a todo o custo impedir-se a si mesmo de matar. Para tal, criou um conjunto de regras muito precisas: tenta cultivar apenas pensamentos positivos pelas pessoas que o rodeiam (até pelo bully do
liceu), evita criar laços ou interessar-se por elas (tem apenas um amigo da sua idade) e, sobretudo, tenta a todo o custo manter-se afastado do fogo (que gosta de atear), dos animais (que gosta de dissecar) e de locais e vítimas de crimes. As suas regras vão ser postas à prova quando é encontrado um corpo terrivelmente mutilado – e depois um segundo, e um terceiro.
Será que na sua pacata vila existe uma criatura ainda mais perigosa do que John Wayne Cleaver?
Opinião: Não Sou Um Serial Killer foi uma leitura divertida, descontraída e muito engraçada. Foi a primeira obra de Dan Wells que li e adorei a sua escrita e as personagens que criou.
Falar do livro, tendo a sinopse neste post, quase parece despropositado porque esta já diz tudo, ou quase tudo, de relevante no que toca ao nosso personagem principal John Wayne Cleaver. No entanto, quero realçar que foi uma das personagens literárias de que mais gostei.
Apesar de muita gente poder relacionar este personagem com outra muito conhecida ‘Dexter’, penso que o autor tornou John Cleaver muito original, pois conseguiu cativar-nos e ligar-nos a este adolescente que se tenta compreender e conhecer, tendo sempre consciência de que é diferente.
A história em si está muito gira, apesar de algumas pessoas mais sensíveis poderem ficar um pouco impressionadas com algumas descrições. Penso que não está exagerado e ao mesmo tempo causa aquele impacto no leitor ‘bolas, mas o que é que vai acontecer a seguir?’.
A escrita do autor é simples, cativante e prende-nos do início ao fim. Sem dúvida uma obra que gostei muito, um pouco juvenil, intercalada com emoção e um certo fascínio. Uma óptima aposta da Contraponto.