Luz e Sombras (Os Pilares do Mundo #2)
Anne Bishop
Editora: Saida de Emergência
Colecção: Bang!
Sinopse: Desde o massacre das bruxas, os Fae, que deviam poteger as suas primas há muito esquecidas, ignoraram as necessidades do resto do mundo. Agora as sombras voltam a alastrar-se sobre as aldeias do oriente. Sombras negras e poderosas que ameaçam todas as feiticeiras, todas as mulheres e os próprios Fae. Apenas três pessoas podem fazer frente à loucura coletiva que se está a disseminar e impedir que mais sangue seja derramado: o Bardo, a Musa, e a Ceifeira. Aiden, o Bardo, sabe que o mundo está dependente da proteção dos Fae, mas estes recusam-se a escutar os seus avisos sobre o mal que se esconde nas florestas. Vê-se obrigado a partir com o amor da sua vida, Lyrra, a Musa, numa aventura arriscada em busca do único Fae capaz de fazer o seu povo despertar da indiferença. Se os Fae não agirem depressa, ninguém sobreviverá…
Opinião: Depois de uma primeira, e surpreendentemente boa, leitura de um livro de Anne Bishop, foi com grande entusiasmo que entrei na leitura deste segundo volume da trilogia Os Pilares do Mundo. Sem dúvida que é uma autora que vou mesmo passar a acompanhar mais de perto.
Após os trágicos incidentes ocorridos na última obra, tornou-se urgente fazer ver aos Fae que as bruxas precisam de ser protegidas. Mais, que são elas que mantêm o equilíbrio entre os mundos e que sem elas estes perecerão mais dia menos dia. Há que protegê-las, avisá-las dos perigos que correm e prepararem-se para combater o Grande Mal que parece alastrar-se cada vez mais depressa. O problema, é que são poucos os Fae que têm esta perspectiva sobre esta matéria. Os outros continuam a julgar-se superiores e a não compreendem verdadeiramente a gravidade da situação. Conseguirá o Bardo, a Musa e a Ceifeira fazer a diferença?
Em Luz e Sombras, voltamo-nos a deparar com personagens femininas bastante fortes e com personalidades admiráveis. Ashk é uma delas. Apesar de ser um enigma total ao início, a amizade dela com Morag faz com que aos poucos vamos entendendo um pouco mais os seus propósitos e a sua essência. Sem dúvida uma personagem muito intensa e misteriosa, mas que se vai mostrar alguém de uma mais valia indispensável na luta contra o Grande Mal.
Também a crueldade está aqui mais pronunciada e obscura. A preversidade dos Mantos Negros é ainda mais explorada e quando existe um concílio de barões e alguns destes começam a dar a sua opinião sobre o papel das mulheres na sociedade, é impossível não nos revoltarmos.
A escrita de Bishop é altamente viciante. A forma como ela transmite os cenários e nos transporta para o seu mundo torna muito complicado ao leitor pousar o livro. Os assuntos que aborda e a forma como constrói a trama é admirável e já fazia falta na literatura uma autora com este porte de maturidade nestes temas mais sensíveis. Gostei Muito.