Opinião: ‘O Tribunal das Almas’ de Donato Carrisi

O Tribunal das Almas

Donato Carrisi

Editora: Porto Editora

Sinopse: Estava à tua procura. Encontrei-te. És a pessoa certa… Agora, mata! Marcus é um homem sem passado. A sua especialidade: analisar as cenas de crime para reconhecer o Mal nos pequenos detalhes e solucionar homicídios aparentemente perfeitos. Há um ano, foi gravemente ferido e perdeu a memória. Hoje, é o único que poderá salvar uma jovem desaparecida. Este peculiar investigador enfrenta, porém, um desafio ainda maior: alguém está a usar o arquivo criminal da Igreja para revelar a verdade sobre crimes nunca oficialmente resolvidos. Assassinos são colocados perante os familiares das vítimas. Será, passado tanto tempo, saciado o desejo de vingança? Passarão os inocentes a culpados? Ou será, finalmente, feita justiça?

Opinião: O Tribunal das Almas é o segundo livro de Donato Carrisi editado pela Porto Editora. Apesar de ainda não ter lido o primeiro livro, O Sopro do Mal, algo me chamou à atenção neste e não resisti em pegar nele e começar a desfolhá-lo. Ainda não tinha chegado à meia centena de páginas e já estava completamente vidrada na história.

Esta começa quando uma médica de plantão e um enfermeiro acorrem a uma chamada de emergência e se deparam com um homem prestes a morrer. Enquanto a médica tenta socorrê-lo, começa a sentir que algo de muito errado se passa. Ao fundo daquela sala escura, onde o homem luta pela sua vida, está um patim exactamente igual ao da sua irmã aquando do seu desaparecimento. Mais, o homem tem tatuado no peito ‘Mata-me’. Rapidamente esta médica toma consciência de que está perante o assassino da sua irmã. Qual será a sua opção? Deixá-lo morrer ou cumprir o seu juramento enquanto médica?

E isto é só o início. Ao longo de todo o livro é este debate, praticar o Bem ou sucumbir ao Mal, com que o leitor se depara.

Sandra é uma fotógrafa forense casada com um fotógrafo freelancer. Ambos amam o que fazem, mas numa das viagens do marido, este acaba morto. Não, no entanto, sem lhe deixar pistas sobre o que andava a investigar. E é no encalço destas que, de repente, se vê no meio de algo muito maior que ela. Numa das fotografias que David lhe deixa, está a cara de um homem com uma cicatriz na têmpora. De alguma maneira ela sabe que este é uma peça fundamental para identificar o assassino do seu jovem marido. Porém, até ela guarda os seus segredos, os seus pecados, e mais cedo ou mais tarde estes regressarão para assombrá-la.

Marcus é um homem sem identidade. Um dia acorda e não sabe quem é, quem foi, tem apenas noção que já esteve morto. Tem, no entanto, a seu lado Clemente, um jesuíta que trata de lhe explicar o que é que ele é e qual a sua missão. Marcus é um Penitenciário do Vaticano e o seu trabalho é resolver intrincados casos de uma violência brutal. Treinado deste muito cedo, foi adquirindo capacidades que poucos, ou até mais ninguém, possui. Ou pelo menos foi isto que Clemente lhe contou.

Vários são os casos a que vamos assistindo que de alguma maneira se encontram ligados. O mal inerente em cada um é, por vezes, de revolver as entranhas de qualquer um. Vão surgindo personagens intrigantes, como o caso do agente da interpol que do nada desaparece sem deixar rasto, cenários comprometedores e o mistério é mantido até ao fim.

Gostei da forma como o autor abordou o Mal neste livro. Os penitenciários, devido às suas missões, são obrigados a ter conhecimento de uma grande quantidade de eventos macabros e esta é a única forma que têm de adquirir conhecimento para depois serem capazes eles mesmo de identificar esse mal. Mas serão eles imunes? Será que de tanto lidarem com o mal e por vezes terem que o praticar para o combater, não serão também eles corrompíveis?

O livro está organizado de forma bastante curiosa. Intercalado por eventos em espaços temporais diferentes, à medida que a história principal avança, uma curiosidade e mistério gigantescos vão sendo plantados na mente do leitor. E só mesmo nas últimas páginas é que tal é desvendado.

Adorei a escrita do autor. Tendo a capacidade de projectar tudo visualmente sem se alongar em demasia nas descrições, consegue provocar no leitor uma sensação de presença em cada cenário. Mais, prende-o de tal forma à leitura que fica complicado fazer uma pausa, pois queremos saber sempre o que é que o escritor ainda nos reserva. Gostei mesmo imenso e espero poder vir a ler a sua outra obra brevemente. Recomendo.

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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