Plínio, o Velho (23 EC – 79 EC)
Em Naturalis Historia, manuscrito elaborado em 77 EC, Plínio aborda as ervas sagradas utilizadas pelos druidas e descreve o ritual de colheita das mesmas, temática abordada ao longo deste almanaque.
Marco Túlio Cícero (106 AEC – 43 AEC)
Em De Divinatione, Cícero fala de um homem com quem travou conhecimento pessoalmente, possivelmente um druida, e cujas particularidades seriam as seguintes:
«Este homem professava não apenas um conhecimento profundo do sistema da natureza, ao qual os gregos chamam fisiologia, mas também predizia eventos futuros, parcialmente através do augúrio e parcialmente através da conjectura.»
Pompónio Mela (séc. I EC)
Em De Chorographia, Pompónio Mela relata-nos:
«Eles [os Gauleses] têm uma eloquência muito própria e os druidas como mestres da sabedoria. Estes afirmam conhecer a magnitude e forma da terra e do mundo, o movimento do céu e das estrelas, e a vontade dos deuses. Eles ensinam de forma privada aos mais nobres, e por muito tempo, às vezes por vinte anos, numa gruta, ou em florestas inacessíveis. (…) Juntamente com os mortos, eles queimam e enterram objectos que lhes pertenceram enquanto vivos (…)»
Públio Cornélio Tácito (56 EC – 117 EC)
Este historiador romano fala-nos especificamente dos druidas na Grã-Bretanha e legou-nos um relato simultaneamente surpreendente e comovedor, aquando da invasão da Ilha de Mona:
«Ali na costa estava um exército, repleto de homens e armas, e as mulheres corriam para trás e para a frente à maneira das Fúrias, com vestes fúnebres, de cabelo desgrenhado e carregando tochas diante deles. Também os Druidas, que lançavam terríveis preces em seu redor, com as mãos erguidas para o céu, atingiam os soldados com assombro provocado por esta estranha visão; de modo que, como se os seus membros estivessem colados ao corpo, eles ofereciam os seus corpos imóveis aos ferimentos. Depois, pelas exortações dos seus líderes e pelo seu próprio encorajamento mútuo, para não terem medo de guerreiros efeminados e fanáticos, eles envergavam os estandartes, derrubavam os seus oponentes e envolviam-nos nas suas próprias fogueiras (…) Então, era colocada uma tropa de guarda sobre os vencidos e os seus bosques eram derrubados, os quais tinham sido consagrados às suas cruéis superstições; pois eles consideravam legítimo oferecer o sangue dos prisioneiros nos seus altares e consultar os deuses através das entranhas dos homens.»
* [Retirado de A Guerra das Gálias, Júlio César (tradução de Angelina Pires realizada a partir de uma edição em latim do séc. XVI), Edições Sílabo, Lisboa, 2004]
por Sofia Vaz Ribeiro (http://obod.com.pt)