Opinião: ‘A Mulher-Casa’ de Tânia Ganho

A Mulher-Casa
Tânia Ganho

Editora: Porto Editora

Opinião: A Mulher-Casa foi a primeira obra que li da autora Tânia Ganho e conquistou-me logo desde muito cedo. Magistralmente bem escrito, a autora transporta-nos para uma Paris fervilhante dando-nos a conhecer a nova vida de Mara e Thomas, o seu marido. Com um filho pequenino e um marido cada vez mais ausente, Mara vê a sua vida confinada a quatro paredes e a Raphael, ainda completamente dependente e carente.

A história que acompanhamos está repleta de emoções contraditórias, lutas constantes sobre o que é certo e errado, mas acima de tudo é realista. As personagens são do mais humano que há, com tudo o que um ser pode ter de bom, mas também com as suas falhas, as suas fragilidades e inseguranças.

Thomas tornou-se num autêntico workaholic, sedento de agradar ao Chefe, destruindo aos poucos qualquer possibilidade de estabilidade no seu lar. Aos poucos deixa de procurar Mara, quando procura o sexo é desprovido de qualquer sentimento e esta vai-se sentido cada vez mais sozinha e carente.

Mara é uma personagem um pouco complexa na sua simplicidade. Ela quer o que qualquer mulher deseja: atenção do marido, realização pessoal e que mesmo já tendo um filho pequenino que continue a haver alguma excitação na sua vida. Quando Thomas praticamente se torna num espectro para si, ela começa a virar a sua atenção para Matthéo, o chef de cozinha. O caso que inicia com ele, rapidamente lhe começa a pesar na consciência, mas Mara precisa dele para se sentir viva.

Toda a trama acaba por se centrar no quotidiano de Mara e no quão viciado este fica. Tendo de ser a esposa perfeita e de conveniência para Thomas, a mãe dedicada e atenciosa para Raphael e a amante proibida de Matthéo, não foi de estranhar quando esta se obrigou a tomar uma decisão.

A escrita de Tânia Ganho é simples, mas rica no poder de projectar as imagens das pessoas, os cheiros e os cenários de Paris. Sentimo-nos como um espectador presente à medida que avançamos na leitura. O único ponto que talvez me tenha desiludido um pouco foi o final. Não querendo desvendar como acaba, posso dizer que gostava que Mara tivesse sido mais senhora de si, mais determinada e que a escolha fosse clara e única. De resto, só posso dizer bem. É um excelente livro e que agradará a todo um público que goste de um bom romance.

A mulher-casa de Tânia Ganho - www.wook.pt
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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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