Percepção – Uma Estranha Realidade
Editora: Alfarroba Edições
Sinopse: Joana cedo descobriu que os estados emocionais dos outros toldavam o seu raciocínio e moldavam o seu comportamento.
Em busca duma vida anónima, Joana esconde-se em Londres, procurando ignorar a maldição que a impede de viver uma vida normal. É aí que a sua vida se cruza com a de Mark, um arqueólogo americano que viaja pelo mundo à procura de outros sensitivos como ele. Joana relutantemente aceita a amizade de Mark, acabando por encontrar nele o seu maior aliado na aprendizagem sobre a vivência dum sensitivo.
As capacidades crescentes de Joana atraem as atenções não só de Mark como do Convénio, uma organização ilegal que pretende reunir sobre o seu domínio todos os Sensitivos. É apenas quando a sua melhor amiga é posta em perigo, que Joana descobre que a sua maldição pode ser um dom, e que a vida ultrapassa todos os seus receios e expectativas.
Opinião: Percepção – Uma Estranha Realidade é a obra de estreia de Sara Farinha no mundo literário português. Num momento em que vários jovens autores tentam vingar no nosso mercado, uns com mais sucesso que outros, foi com alguma surpresa e satisfação que constatei desde o princípio que tinha entre mãos uma autora diferente.
A escritora traz até nós uma história que mistura laivos de fantasia e ficção científica com uma forte dose de romance. Ainda assim, estou longe de considerar esta obra um livro de FC como já vi fazerem.
No fim da leitura, a impressão com que fiquei foi que esta é uma obra que se pode considerar introdutória para algo maior e melhor. A escrita de Sara Farinha é boa e agradável. Não senti aquele aborrecimento que por vezes sinto nas primeiras obras de jovens autores, quando ainda dão uns quantos erros ou as construções frásicas e a estrutura do texto não é a melhor. E é por esta razão que penso que a autora pode vir a fazer muito melhor no que toca à história em si.
Até cerca de metade do livro, a trama centra-se muito no romance entre Joana e Mark, havendo pouco envolvimento de elementos exteriores e alguma falta de evolução no que toca aos poderes e ao mundo dos Sensitivos. Quando finalmente começa a haver alguma acção e os segredos começam a ser revelados, senti que tudo se passava depressa demais, com algumas explicações um pouco incompletas. O fim, esse, deixa uma premissa interessante para uma nova obra, mas gostaria de ver a autora a dar mais sumo à história que não só o romance entre Joana e Mark.
Tudo o que apontei no parágrafo anterior não deve ser entendido como uma crítica destrutiva, muito pelo contrário. Aliás, só me dei ao trabalho de pormenorizar aqueles aspectos porque acredito muito sinceramente que Sara Farinha tem bastante potencial. A obra lê-se bem, as páginas vão voando e quando damos conta só nos interrogamos do que estará ainda para vir. Vou ficar à espera da próxima obra desta jovem autora portuguesa.
Precisamente o que pensei 😉
allô. deixei-te um selinho no blog 😉