Opinião: O Aleph de Jorge Luis Borges

O Aleph

Jorge Luis Borges

Editora: Quetzal

Sinopse: Neste conjunto de ficções publicado em 1949 (acrescido de quatro textos na edição de 1952), encontramos os motivos borgesianos recorrentes: o tempo, o infinito, a imortalidade, a identidade, o duplo, a perplexidade metafísica.

Descoberto na cave de um casarão devoluto, o Aleph – que dá título ao último conto e ao livro – é “uma pequena esfera de cor tornesol, de um fulgor quase intolerável”, o ponto no universo a partir do qual se vê a totalidade do universo, em simultâneo e sob todos os ângulos. Borges tê-lo-á definido com a comparação: «o que a eternidade é para o tempo, o Aleph é para o espaço.»

«Começa aqui o meu desespero de escritor.» – afirma o narrador – «Toda a linguagem é um alfabeto de símbolos cujo exercício pressupõe um passado que os interlocutores compartilham; como transmitir aos outros o infinito Aleph (…)?»

Opinião: Quem lê uma vez Jorge Luis Borges, a partir desse momento, reconhecerá para sempre a sua escrita, o seu estilo e a sua forma de expressão. Publicado no fim da Segunda Guerra Mundial, O Aleph, para além de trazer um conto homónimo, traz outro quantos que o autor diz, no epílogo, corresponderem ao género do fantástico.

Borges é o mestre da manipulação da realidade, transformando-a e apresentando-a sob várias formas. Em cada uma delas aborda um novo tema que poderá muitas vezes transcender o leitor. Ele fala do infinito, da imortalidade, dá-nos a conhecer o bizarro e consegue deixar-nos perplexos com a metafísica dos seus problemas. Para complementar tudo isto, e porque é dos meus temas preferidos, o autor consegue tornar a teologia num tema extremamente interessante nos contos que constrói. O que poderia ser chato e aborrecido, Jorge Luis Borges torna fantástico e maravilhoso.

Em relação ao último conto O Aleph, o escritor disse o seguinte sobre o mesmo: “O que a eternidade é para o tempo, o aleph é para o espaço“. Curiosos? Espero bem que estejam pois na minha opinião, que vale o que vale, este é sem dúvida um dos maiores e mais estrondosos escritor do género fantástico. Quem é fã do género não pode não ter Jorge Luis Borges nas suas estantes.

Opinião do Livro de Areia do autor Jorge Luis Borgeshttps://branmorrighan.com/2012/04/opiniao-o-livro-de-areia-de-jorge-luis.html

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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