Escritos Aleatórios #6

“Não sei se alguma vez pensaste nisto, desta maneira, mas a solidão e o medo conseguem passar uma vida inteira de mãos dadas. E que maiores catalisadores haverão do que estas duas emoções? Para o bem e para o mal, tanto uma como o outro conseguem despoletar em nós vontades e desejos irracionais, incontroláveis. A solidão, que tantas vezes nos oprime e deprime, provoca-nos o medo de nos sentirmos assim para sempre, de não conseguirmos sair desta espiral “solidão-medo-solidão”. Muitas vezes isolamo-nos, mas tantas outras vezes decidimos que não podemos continuar assim e acabamos por vestir uma pele que nem sempre é a nossa. Entre a necessidade de sermos aceites e de esquecermos tudo o que nos magoa e nos levou a este estado de espírito, nem sempre somos sábios nas nossas escolhas. Da solidão e do medo passamos para a euforia, para as novas experiências, e daí para o clássico “mas que raio estou eu a fazer com a minha vida?”. A impaciência e a urgência de que tudo fique bem o mais rápido possível, conseguem levar a uma espiral de autodestruição física e mental. E o truque, que parece inconcebível para a maioria, é tão simples… Deixar o tempo passar, respirar fundo e aceitar, aprender e evoluir. Como aqui há tempos me lembro de dizer “Não fecho portas, mas também não espreito à janela.” Por vezes, é só mesmo disso que precisamos; tempo para nós, para nos curarmos, para nos valorizarmos. Nada compensa a falta de paz contigo mesmo. E a vida é tão curta para ser desperdiçada com o que não nos valoriza nem contribui para a nossa felicidade… Por isso vive, sorri, aproveita todas as experiências para retirares delas aprendizagens que te ajudem na relação contigo próprio. Serás tão mais feliz assim… Sem pressas, sem antecipações, apenas aproveitando o momento e tudo o que ele te pode proporcionar. Ficarás surpreendido com o que te pode surgir quando menos esperas.”

Morrighan