“Posso não ser aquilo que tu pensas que eu sou, mas eu sei que posso ser mais por ti. Fazes-me sentir real como há muito não me sentia. Consigo voltar atrás na memória, umas semanas apenas, para recordar a forma automática como todos os dias, ao fim da tarde, me tinha que dirigir ao meu bosque, sentar-me naquele banco feito de um tronco caído, e descarregar todas as emoções acumuladas. Não podia ser irresponsável ao ponto de descurar no trabalho, de deixar as pessoas que dependiam de mim desiludidas. Ninguém tem culpa das opções que tomei na minha vida e assumo total responsabilidade pelas mesmas, o que não quer dizer que custe menos. Desde então que tento crescer como pessoa, aprender com o meu passado e fazer com que isso sirva para o meu futuro ser melhor.
Contigo, eu sinto que não preciso de me fechar em mim mesma, nesta caverna que criei para me recolher quando o desespero se instala. Neste momento, eu quero ser novamente. E quero-o tanto, independentemente de tudo, que só desejo que possas e consigas ser paciente o suficiente para me resgatares deste lugar escuro em que me encontro. Quero sair dele de cabeça erguida, de mão dada contigo, a respirar o teu odor inebriante e que tanta esperança me dá a cada abraço teu. Quero-te a partilhar comigo as tuas tristezas e alegrias, quero-te na minha cama em cada noite. Estou farta de fingir que está tudo bem, estou farta de fingir que consigo suportar tudo isto sozinha. Por ti, estou disposta a encontrar-me novamente, a dar-me novamente, a acreditar novamente, assim aches que vale a pena esperar por mim. Ajuda-me a levantar e não me deixes cair.”
Morrighan – 3/09/2013 20h42
Excelente o tipo de escrita na 1.ª pessoa. Mas ao ler não deixo de me interrogar se são excertos de um romance, uma confissão/recado para alguém, ou meros devaneios narrativos?…
Obrigada, Transcendente!
Um bocadinho de cada e nenhum ao mesmo tempo? Um pouco de tudo e ao mesmo tempo um extravasamento do nada que é esse tudo?
Ora, nem sei. Nas alturas em que escrevo para que entro numa qualquer dimensão e só quando saio dela é que dou conta do que escrevi.
"Nas alturas em que escrevo para que entro numa qualquer dimensão e só quando saio dela é que dou conta do que escrevi."
Conheço bem esse sentimento. Desdobrar numa personagem e em mim mesmo ao mesmo tempo. Mistérios do subconsciente… Ou magia…
Eu queria dizer parece :b em vez de para! Mas sim, é isso mesmo 🙂
Sim eu percebi. Mas não ligo muito a erros ortográficos resultantes de uma escrita rápida 😉