Desejada
P.C. Cast
Editora: 1001 Mundos/ASA
Sinopse: Lina é proprietária de uma padaria Gourmet em Tulsa mas, infelizmente, o negócio não está a correr como esperado e ela precisa de um plano. Quando tropeça, acidentalmente, num livro de culinária italiana da deusa, Lina não consegue deixar de pensar que encontrou a solução para os problemas, mesmo que isso implique invocar uma deusa para salvar o seu negócio. Em breve, Lina encontra-se cara a cara com Deméter, que tem o seu próprio plano. Ela propõe que Lina troque a alma com Perséfone, a deusa da primavera, que irá dar uma nova vida à padaria. Em troca Lina terá que repor a ordem no submundo.
Depois de ocupar o corpo de encantadora Perséfone, Lina, cujos problemas eram massa azeda e segundos encontros, tem agora assuntos maiores em mãos, como levar a primavera ao mundo dos espíritos. Mas, quando o belo e perigoso Hades acende uma chama no seu coração, Linda não pode deixar de se interrogar se o senhor do submundo não será o homem dos seus sonhos…
Opinião: Neste segundo volume da série das Deusas (não sei bem que nome certo é que lhe dão em português, eu chamo-lhe assim), P.C. Cast traz-nos mais uma excelente dose de mitologia envolvida numa belíssima atmosfera de determinação, descoberta e deslumbramento. Lina, a nossa quarentona com jeito para animais e com uma pastelaria de nome curioso – Pani da Deusa -, irá não só redescobrir-se a si mesma, como proporcionar ao Deus do Submundo, Hades, uma experiência avassaladora.
Quem é que nunca ouviu falar do mito de Perséfone e Hades? A história do rapto e das romãs, o mito das colheitas e de como Perséfone passa metade do ano no submundo e a outra metade fora? Pois bem, aqui conseguimos encontrar uma versão completamente diferente de todas as que já tinha lido e que, pelo seu lado romântico e sensual mais toda a beleza inerente às descrições feitas às partes do submundo, me encantou. O palácio de Hades, os vários campos e regiões do submundo, os pequenos rituais dos seres que os habitam e o seu envolvimento com Lina foram projectados de forma muito visual e mágica.
Ainda assim, para quem tem conhecimento do mito original, muitas vezes poderá cair na tentação de fazer comparações. Aconselho-vos a deixarem de parte o que sabem se quiserem usufruir mesmo da leitura.
A forma como a troca de corpos foi explorada, a abordagem das questões “Mas afinal amamos o corpo ou a alma? Se o corpo fosse outro, mas a alma a mesma, o amor continuaria a existir?” foi um elemento que potenciou a curiosidade sobre como a história realmente acabaria. Claro que a certa altura o enrendo toma contornos previsivelmente optimistas, mas nem por isso o leitor fica com menos vontade de assistir ao seu desfecho.
É um livro simples, de escrita rápida e fluida, cheia de emoções e sensações que agradarão certamente ao público de romances sobrenaturais/mitológicos. Confesso que acabei por gostar bem mais deste do que do volume anterior, Renascida, o que contribui para o aumento da minha vontade de ler o próximo, Iluminada. Espero que também vocês encontrem beleza nos cenários de Desejada como eu encontrei.
PS: Um comentário à capa e ao título: sem dúvida que Deusa da Primavera (a tradução literal do título original), seria um nome bem mais adequado, tal como uma capa diferente desta. Penso que a opção da editora em mudar título e estilo da capa se prende com o facto do público português apenas tomar atenção, ou só lhe ser despertada a curiosidade, quando existe algum tipo de sensualidade/ousadia/erotismo inerente tanto num como noutro neste tipo de livros. Isto deixa-me um pouco… Triste. Faz-me lembrar a lenga lenga do não julgar um livro pela sua capa, mas o que é certo é que isso aconteceu com o volume anterior e de certo aconteceria com os restantes.
Olha, eu sinceramente preferia a capa azul do primeiro. Muito mais a ver e muito mais 'sobrenatural'… Mas o público é que sabe– sem comentários em relação a isto.
Apesar de tudo, fico-me pelo primeiro, pois fiquei desiludida… Decididamente, desisti de P.C. Cast
Ivonne, concordo em relação à capa. Em relação aos livros em si, gostei bem mais deste do que do primeiro. Quero ver como é o próximo.
De resto nunca li mais nada desta autora.
Eu li 3 da saga que ela escreve com a filha, 'A Casa da Noite', li 3… na altura, lembro-me de ter dito que gostava. A ideia nem é má, mas a escrita… que porcaria. No geral, foi mal aproveitada. E nem sequer é da tradução – que, por sinal, também não é das melhores.
Já no primeiro volume desta trilogia que opinaste, a escrita está melhor, mas não convenceu. Os primeiros capítulos então é mesmo para ficar 'wtf'? Mas, enfim, deve ser uma questão de gosto.