O Ano em que me Apaixonei por Todas
Use Lahoz
Editora: TOPSELLER
Sinopse: Sylvain, um jovem parisiense que está a caminho dos trinta, sofre de um caso grave de síndrome de Peter Pan: recusa-se a entrar na idade adulta. Embora possua inúmeras virtudes — é perspicaz, simpático, inteligente e versado em várias línguas —, tem também muitos defeitos: é incapaz de seguir em frente quando se trata de amor.
A ideia de crescer assusta-o de morte, o que o leva a aceitar um trabalho mal remunerado em Madrid, para estar mais perto de Heike, a antiga namorada que ele não consegue esquecer. Sylvain traz consigo um plano para reconquistar Heike, mas, entre tantas outras pessoas incríveis com quem se cruza, alguém muito especial irá levá-lo a fazer uma escolha.
E quando descobre acidentalmente um manuscrito que contém toda a saga da família do seu vizinho Metodio Fournier, revela-se diante dos seus olhos uma história maravilhosa e excitante, cheia de estranhas coincidências, que muda para sempre a sua visão do amor e do mundo. No final desse ano inesquecível em Madrid, Sylvain regressará a casa, onde abraçará o seu destino.
Opinião: A premissa era simples, O Ano em que me Apaixonei por Todas, eleito vencedor do prémio Primavera de Romance de 2013, seria uma obra de entretenimento, recheada de cultura espanhola e uma promessa no que toca ao romance. Os prémios nunca foram a minha razão principal para ler qualquer obra, mas confesso que todos os elogios à volta desta me despertaram a curiosidade. O início foi lento, em jeito morno, sem aquecer nem arrefecer, e cada página foi-se tornando numa descoberta algo ansiosa de encontrar um elo de ligação com a narrativa. A verdade é que quando dei conta, ainda hoje não consigo precisar o que é que despoletou essa reacção, devorava cada linha de forma urgente, curiosa pelo desfecho.
Sylvain é um jovem que, como todos os da sua idade, não é imune a crises existenciais e muito menos emocionais. Lutando sempre contra o tempo, vive mais nas memórias do que foi no passado do que o que realmente é no presente. Quando encontra um manuscrito, da vida de outra pessoa, que recua ainda mais décadas, esse sentimento de inadaptação e não-aceitação reforçam-se. O que ele não esperava, era vir a conhecer e a relacionar-se com o autor do manuscrito, de entrar na sua vida e de se ver rodeado por um ambiente e pessoas que o fazem sentir-se bem, em paz com ele mesmo.
O Ano em que me Apaixonei por Todas é, principalmente, um livro de amores e desamores, a urgência de se ser amado e amar. As personagens com que Sylvain se cruza, cada uma à sua maneira, contribuem para que ele reflicta sobre que direcção seguir com a sua vida. O melhor aparece de forma inesperada, não são assim as melhores coisas da vida? Existe também toda uma componente espanhola muito característica, uma descrição de cenários que acabam por atrair o leitor. Tirando o estilo de narrativa inicial, pouco interactivo e menos dinâmico, acabei por gostar da leitura e por me divertir com algumas das peripécias de Sylvain e dos seus amigos.