Enquanto tenho saudades tuas, fortaleço. Enquanto sofro por ti, cresço. Enquanto aceito que não voltarás, ergo-me. Houve o tempo em que abraçar-te era ser forte. O tempo em que beijar-te era como levitar e amar-te como ser invencível. Era o sentimento de pertencer a algo maior, algo intangível, arrebatador e abrasador.
Não sei a que me agarrar. Sem o teu rosto. Sem o teu sorriso. Sem o teu olhar. O teu toque. A intensidade com que me amavas e em êxtase me dizias que me amavas.
Ténue, o que separa a felicidade da tristeza pura. Essa, cristalina, inquantificável, mas presente, perene, enraizada, angustiada.
Diz-me. Como? Como ser forte outra vez? Como sorrir como se o mundo tivesse significado? Como olhar à minha volta e sentir que vale a pena continuar? Jaz em mim a certeza de que há algo mais, que… Há uma segunda, terceira, quarta, infinita oportunidade para quem se sente preparado para a aceitar. Não é preciso procurar, ela encontra-nos, assim a deixemos.
Vou ser encontrada, sei disso. Até lá, espero que as saudades passem, o sofrimento atenue e a tua partida se torne tão indiferente quanto a intensidade do meu amor por ti.”
Morrighan