Opinião: Endgame: A Chamada, de James Frey & Nils Johnson-Shelton

Endgame: A Chamada

James Frey & Nils Johnson-Shelton

Editora: Editorial Presença

Colecção: Via Láctea

Sinopse: Eles chegaram à Terra há 12 mil anos. Vieram dos céus e criaram a humanidade. Quando se foram embora deixaram um aviso: um dia iriam voltar… E quando voltassem, teria início o grande jogo, o Endgame. Ao longo de dez mil anos, as doze linhagens originais existiram em segredo, mantendo sempre, cada uma delas, um jogador preparado para entrar em ação a qualquer momento. O Endgame era sempre uma possibilidade, mas agora que eles voltaram, tornou-se uma realidade, e os doze jovens jogadores estão a postos para entrarem no grande jogo que decidirá o futuro do planeta e da humanidade. Só um pode vencer. Só a linhagem do vencedor será salva. Vence quem encontrar primeiro as três chaves escondidas algures na Terra. E é sobre a busca da primeira chave que se centra este primeiro livro da série.

Opinião: A Literatura Fantástica é todo um universo com infinitas possibilidades de ser explorado. Apesar das modas, há uns anos vampíricas, actualmente distópicas, há certas obras que se vão destacando e tornando-se referências à escala mundial. Uma dessas obras, por exemplo, foi a trilogia Os Jogos da Fome, de Suzanne Collins, que provavelmente inspirou outros quantos autores a arriscarem no género. Se já há quem associe essa trilogia a Battle Royale, não associar Endgame Os Jogos da Fome é praticamente impossível. A não ser que nunca se tenha lido nenhuma das obras que mencionei. 

Temos doze linhagens, doze Jogadores que têm de lutar pela continuação do seu povo, em que só um pode sair vencedor e escolher quem vive e quem morre. Os humanos, aqui, são vistos como meros brinquedos das Entidades, à espera que o Acontecimento chegue, o momento em que milhões morrerão e só o mais forte prevalecerá. São precisas descobrir três chaves para se ser vencedor, são vários os obstáculos e enigmas por resolver, e apenas uma certeza lhes está bem presente na cabeça – é matar ou morrer e tudo o que sejam alianças serão apenas até ao momento final. 

É neste universo de desconfiança que vamos conhecendo os vários jogadores das diferentes linhagens. Alguns, mal queriam acreditar que aquilo lhes estava a acontecer na geração deles, outros tomaram o sinal como se não tivesse feito sentido viver sem tal objectivo. Quando a violência aperta, é nos locais mais improváveis que encontram o seu par. Sempre juntos ou com encontros esporádicos, estas parcerias ajudam-nos a sobreviver e os isolados vão perecendo de forma sanguinária. 

A narrativa tem um ritmo intenso. A panóplia de protagonistas é tão diversificada que é sempre um desafio tentar prever os passos de cada. As motivações são facilmente desvendadas, mas nem sempre as suas acções. A linguagem é simples, mas crua, não poupa o leitor a pormenores, porém também não exagera. O que mais gostei, sem dúvida, foi o mistério que se foi condensando e a incerteza dos acontecimentos. Também as diferentes perspectivas sobre como salvar o mundo, as interpretações tenras do que é o amor – afinal todos são adolescente entre 13 e os 18 anos (sim, tal e qual Os Jogos da Fome) – foram interessantes. 

Endgame: A Chamada marca então o ponto de partida para uma trilogia que desafia o leitor a tomar partido de um Jogador, a mentalmente tentar decifrar se poderá existir uma solução em que possa haver mais do que um sobrevivente. Abordam-se vários locais míticos, como o Stonehenge, entre outros, justificando a sua existência como obra dos seres superiores. Não sendo um livro extraordinariamente original, é uma obra que se lê bastante bem, de forma corrida e com entusiasmo. Estas comparações com Os Jogos da Fome não são necessariamente positivas ou negativas, até porque tocando-se em certas particularidades, são estórias completamente diferentes. Cá fico a aguardar pelos próximos dois volumes. 

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9 anos atrás

Quando voltarem serão bem vindos
se vierem por bem
João Bento

  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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