Opinião: Um Caso Perdido (Hopeless), de Colleen Hoover

Um Caso Perdido (Hopeless)

Colleen Hoover

Editora: TOPSELLER

Sinopse: Quando Sky conhece Dean Holder no liceu, um rapaz com uma reputação tão duvidosa quanto a dela, sente-se aterrorizada, mas também cativada. Há algo naquela figura que lhe traz memórias do seu passado mais profundo e perturbador. Um passado que ela tentou por tudo enterrar dentro da sua mente.

Ainda que Sky esteja determinada a afastar-se de Holder, a perseguição cerrada que ele lhe dedica, bem como o seu sorriso enigmático, fazem-na baixar as defesas, e a intensidade da relação entre os dois cresce a cada dia. Mas o misterioso Holder também guarda os seus segredos, e, quando os revela a Sky, ela vê-se confrontada com uma verdade tão terrível que pode mudá-la para sempre. Será Sky quem ela pensa que é? E será que os dois conseguirão sarar as suas feridas emocionais e encontrar um modo de viver e amar sem limites?

Opinião: Recebi este livro no início de Setembro e, confesso, estava um pouco céptica em pegar nele. Não pela falta de incentivo, pois as opiniões iam saindo e eram todas bastante positivas, mas antes porque a sinopse não me tinha prendido. Pareceu-me ser mais um romance jovem-adulto, com respectivos dramas, que me ia saber bem ler quando quisesse descontrair e esvaziar um bocado a cabeça. Foi então, com esse sentido, que peguei, há quatro dias, em Um Caso Perdido. Deu-se, então, o choque – cheguei a um ponto da história em que não mais larguei o livro até o terminar. Pausei o trabalho, pausei tudo o que estava a fazer e dei por mim a lê-lo ao pequeno-almoço, a lê-lo ao almoço, a pousá-lo, por fim, depois da sobremesa. Isto não acontece sempre, pois não? Comigo não, por isso posso afirmar com toda a certeza que este é um grande livro. 

O primeiro capítulo coloca-nos num espaço temporal futuro, em relação àquele que logo de seguida passamos a acompanhar, e ficamos logo de sobreaviso – vai chegar uma altura em que as coisas vão ficar feias. Mas porque será? Uma discussão dramática entre namorados? Pois, foi isso o que eu pensei na altura. Não podia estar mais enganada. Se pela capa e pela primeira centena de página ficamos intensamente envolvidos na dinâmica de Sky e Holder, enquanto um casal de adolescentes, existe um ponto de viragem em que tanto o enredo como o leitor não mais podem ficar suspensos e a acção torna-se vertiginosa. 

Os melhores livros são aqueles que nos deixam sem palavras, mas que ao mesmo tempo nos fazem querer dizer um mundo sobre eles. É assim que me sinto neste momento, com tanto por expressar, mas ao mesmo tempo com uma incapacidade genuína de o fazer devidamente. Há emoções que muitas vezes sentimos a ler que não queremos expor, cuja fragilidade, choque e reconhecimento, nos deixam para lá das conjugações de letras. São abordados temas muito fortes, introduzidos, por vezes, de forma tão inesperada quanto expectável, mas que não queremos que seja real, que os nossos protagonistas estejam realmente a passar por aquilo. 

É caso para dizer que nunca antes um romance entre adolescentes tinha mexido tanto comigo. Colleen Hoover foi tão mestre, tão talentosa, na criação das personagens, no seu desenvolvimento, nas relações entre as mesmas e nos cenários que as envolviam que, de repente, é tudo demasiado intenso. Não é só o Holder que é intenso, como tantas vezes diz Sky, toda a narrativa se torna viciante, desoladora, mas forte ao mesmo tempo. 

Como eu costumo dizer, sou uma pessoa bastante emocional no que toca às artes. Para eu gostar de um livro ou de um disco, por exemplo, o essencial é que estes mexam com as minhas emoções, que eu me sinta diferente depois de ter tido contacto com eles, saber que de alguma maneira o impacto que causaram, pela sua brutalidade e/ou beleza, irá ficar marcado como uma peça única. Hopeless tornou-se numa obra ímpar para mim. O que se iniciou como uma viagem pelos meandros da adolescência, em que a protagonista tem uma insensibilidade notável a tudo o que é rapazes e paixonetas, tornou-se numa corrida febril pelos meandros mais sombrios, mais complexos e mais aterradores das consequências que um único acto pode ter na vida de tantas pessoas. 

Deixando os dramas de lado, nunca ignorando o quão reais as problemáticas retratadas são, é impossível não admirar a capacidade da escritora em misturar o romance com o drama, a descoberta sexual com os eventos traumáticos, de colocar isto tudo num ambiente a oscilar entre a alegria juvenil e a obscuridade do passado, e ainda assim nos fazer sorrir no final. Recomendo, muito sinceramente, este livro. Mas aviso-vos, não há preparação que vos amenize o sentimento de arrebatamento que, mais tarde ou mais cedo, irão sentir. Para o bem e para mal, para os sorrisos e para as lágrimas, é uma obra que vale a pena ler. 

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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