Merlin – Os Anos Perdidos
T. A. Barron
Editora: Editorial Presença
Opinião: Merlin, um nome que desperta tantas lembranças como curiosidade. Quem é que nunca ouviu falar da lenda do Rei Artur? Ou até da própria versão de Marion Zimmer Bradley – As Brumas de Avalon? Sempre que se trás à superfície o nome daquele que dizem ter sido um grande feiticeiro, a imagem associada é quase sempre de alguém já em idade algo avançada, uma longa barba branca, o seu cajado parecido com um tronco de uma árvore e um sorriso benevolente.
Já li tantas versões da lenda, tantas adaptações a série e a filme, que mesmo assim nunca me consegui cansar da capacidade que as pessoas têm de reinventar esta história. No caso deste Merlin – Os Anos Perdidos, despertou-me o facto de ser um livro sobre a infância de Merlin, sobre aqueles anos que dizem terem sido passados n’O Outro Mundo. Dado que a maioria dos contos são sempre já com Merlin crescidinho, despertou-se-me logo o interesse.
A narrativa começa com uma imagética bastante forte, o autor tem uma grande capacidade de descrever os cenários projectados e a forma como moldou a natureza conquistou a minha admiração. Tudo principia com uma criança sem memória, que não sabe onde se encontra ou quem é, a única esperança é a mulher que avista perto de si.
Mas o perigo não tarda e rapidamente ele tem de reagir se quer continuar vivo e ainda proteger aquela desconhecida, que viria a dizer-lhe ser sua mãe. Sem nunca acreditar nela, Emrys inicia um caminho solitário, com medo dos que o rodeiam, sem nunca ser totalmente aceite ou livre. Chegado o dia em que para proteger Branwen, a mulher, os seus poderes despertam de forma trágica e irreversível, ele sabe que nunca mais será o mesmo. Não só provoca a morte, como quase morre, descobrindo uma cegueira que só será ultrapassada abdicando dos seus poderes. Ou assim pensa ele.
É uma longa-curta viagem esta que vemos o pequeno Merlin percorrer. A partir do momento em que decide descobrir, de vez, o seu passado, o local onde pertence e o seu verdadeiro nome, inicia uma aventura em que no seu decorrer encontra alguns companheiros, muitas adversidades e ainda mais perguntas do que respostas. Tal como em qualquer demanda, também a descoberta do verdadeiro amor, a superação pela amizade, a capacidade de perdoar e de se sacrificar, são elementos fortes no enredo. A escrita é fluida, os diálogos são simples, a construção do mundo está coerente e o ritmo de acção é equilibrado.
Penso que se tivesse lido este livro há uns dez anos atrás, teria tirado mais gozo dele. Compreendo a comparação que fazem com o Harry Potter, no sentido de aventura e de um menino à procura da sua identidade, mas tirando o facto de envolver magia (da natureza e não como a de Hogwarts), as semelhanças terminam aí.
E é aquela certeza de que se for ler o Harry Potter agora, já não tem o mesmo fascínio que teve quando li o livro pela primeira vez há 15 anos atrás. Porém, é uma obra que vale pela sua beleza descritiva, pelo sentido de protecção, por ainda assim manter a vontade de ver que rumo é que o autor irá dar a este Merlin, antes de se tornar no conselheiro de Artur.
É um livro que se lê bastante bem, mas reforço a ideia que um adulto mais exigente poderá não se entusiasmar muito com a leitura, sendo que uma criança ou um adolescente que goste de lendas antigas, poderá facilmente ficar fascinada. Eu gosto de descobrir estes retellings das lendas celtas, por isso ficou a curiosidade para os próximos capítulos.
Bem, confesso que estava curioso para ler a opinião a este livro. O ser "comparável" a Harry Potter não me atraiu muito. Dizeres que é um livro sobre amizade e sem grande complexidade também não. No entanto, pela sinopse e pelo que contaste da história, não me parece nada mal. Vou colocar um ponto de interrogação em cima deste livro 😀
noticiasdezallar, obrigada pelo teu comentário!
É um pouco isso. Há ali uma descoberta dos poderes interiores, do bem contra o mal, mas não é, de todo, complexo. Ainda assim, por ser a personagem mítica que é, continuo curiosa.
Boas leituras 🙂
Olá novamente!!
Bem, terminei a leitura do livro. Lê-se bem e penso que agrade qualquer jovem adolescente. A mim não me agradou muito e até vem de forma macular a imagem que tenho de Merlin.
Gostei do Stangmar e da luta entre Rhita Gawr e Dagda. Pouco mais 🙂
Boas leituras
Sim, não tem muito a ver com a imagem de Merlin a que estamos associados. Vamos ver se os restantes livros são publicados e o que sucede 🙂