[Playlist da Quinzena] 16 a 31 de Maio de 2015 – As Escolhas de Raquel Lains (Let’s Start a Fire)

Fotografia da Vera Marmelo (alterada para P&B)

A Raquel Lains é das pessoas mais queridas que conheço. Estivemos juntas pouquíssimas vezes (e já dissemos que temos de corrigir isso), mas o carinho que tenho por ela é tão grande, sempre que penso nela sinto-me sempre tão grata… É verdade, dia 1 de Junho estou a fazer 27 anos e o último ano e meio deu-me toda uma outra perspectiva de vida – foi quando inseri uma componente musical forte no blogue. E se essa componente existe e cresceu como cresceu, devo-o às pessoas que acreditaram em mim desde o início, mesmo que nem elas soubessem ao início o que é que eu realmente andava para aqui a fazer. A primeira pessoa que me começou a enviar informações das suas bandas foi a Raquel. Após um contacto por causa do Noiserv, facilmente nos começámos a entender e vejam só que a minha primeira entrevista presencial – eu de caderninho na mão, amiga arrastada a meu lado, completamente apavorada – foi com o Richie Campbell! Ahah, acaba por ter a sua piada, mas também por reflectir o ecletismo dos meus gostos musicais que em muito vão de encontro aos da Raquel, ou pelo menos das bandas que promove. Desde então foram dezenas os projectos que entrevistei, uns pelas suas mãos, outros porque mais pessoas começaram a reparar no meu Morrighan e a propôr-me mais iniciativas. Estes pequenos gestos com grandes, e boas, consequências não podem passar indiferentes e daí este testamento todo que eu estou a escrever. Sei que no aniversário do blogue já lhe dediquei um post, mas as demonstrações de admiração e respeito nunca são demais. Fica aqui mais uma. Gosto muito de ti, Raquel Lains e só posso desejar ter um mínimo da tua força e motivação para levar as coisas com tanta paixão como tu as levas e demonstras. Desejo-te as maiores felicidades e obrigada por esta playlist que se tornou automaticamente numa das minhas preferidas, não tivesse eu já interagido com alguns deles e constatado o quão bons são. Mereces tudo de bom!

Assim que a Sofia me convidou para fazer esta playlist, e me disse que a escolha era livre, sempre que pensava se deveria colocar as minhas bandas ou outras escolhas musicais, só as minhas bandas me faziam sentido nesta escolha musical para o Morrighan! E assim foi, fiz uma selecção de algumas músicas que passaram pela Let’s Start A Fire. Faltam aqui dezenas de bandas… é impossível escolher um música de todas as minhas bandas, seriam horas e horas de música e acho que a Sofia ia ficar maluca se tivesse levado com a primeira lista de músicas que tinha preparado… algumas das bandas ainda não estão no Spotify e não as pude incluir por essa razão, as outras foi mesmo por falta de espaço. Queria ter colocado todas as minhas bandas nesta playlist porque todas elas me são muito especiais.

A Sofia está quase a fazer anos e esta é a minha prenda para ela! A Sofia é das pessoas mais lindas com as quais colaboro na Let’s Start A Fire e merece todas as prendas! <3 i="" nbsp="">

1 – Mão Morta “Tornados”

Esta é a música que marca para mim o início da Let’s Start A Fire. Foi com os Mão Morta que tudo nasceu e esta música é sem dúvida a que mais mexe comigo do primeiro disco que promovi na Let’s Start A Fire, o “Nús”. Ainda hoje fecho os olhos a ouvi-la… Sou fã dos Mão Morta desde sempre e foram eles que fizeram com que o meu sonho se tornasse realidade por terem acreditado em mim e me fazerem acreditar que era possível.

2 – Pop Dell’Arte “My Funny Ana Lana” (“Wild’N’Chic”)

A banda mais desafiante com a qual trabalhei e que ainda hoje me faz sentir o peito cheio de orgulho pelo trabalho que desenvolvi com eles. Esta escolha da “My Funny Ana Lana” deve-se por ainda não estar no Spotify a “Wild’N’Chic”, a música que gostaria de ter colocado nesta playlist. Para além da promoção, fiz o agenciamento dos Pop Dell’Arte e a “Wild’N’Chic” era das músicas que mais me tocava ao vivo e me fazia ficar deslumbrada por trabalhar música com esta qualidade. Escolhi “My Funny Ana Lana” por ser provavelmente a maior referência que tenho dos Pop Dell’Arte antes de trabalhar na música.

3 – YCWCB “Over The Sun, Under The Water”

Os YCWCB foram das bandas que mais me tocaram desde sempre e são um ponto de viragem na minha vida, marcam uma das mudanças mais difíceis pelas quais tive de passar. Os YCWCB e a música deles acompanhou-me nesse momento e acabaram por ser um grande apoio. Permitiu-me olhar em frente e seguir. Esta foi a música que mais ouvi do disco deles, no início por motivos profissionais, e que acabou por ser a música que me permitiu respirar, que ainda hoje me faz voar e não olhar para trás.

4 – noiserv “I was trying to sleep when everyone woke up”

É uma das melhores pessoas que conheci até hoje. A música do David e a sua entrega diz muito da pessoa que ele é. Poder ter entrado na vida dele e conhecê-lo para além da sua música, faz-me sentir uma pessoa especial. Vou ser a promotora do noiserv para o resto da minha vida, é só ele querer. Se não for, vou ser uma pessoa menos feliz e não lhe empresto mais o carro para ir em tour (ih ih ih ih).

5 – Walter Benjamin “Airports And Broken Hearts” (“We might never fall in love”)

É o meu rapaz sorriso. E tornou-se numa pessoa muito especial para mim. O meu parceiro de copos na Let’s Start A Fire na altura do seu regresso a Lisboa (Walter, obrigada pela descoberta da cervejinha a 0,50€), com quem eu partilhei inúmeras noites, grandes gargalhadas e boas conversas. A vida é uma chata e não nos deixa estar as vezes que queremos com as pessoas de quem gostamos muito. O Luís é uma delas. E sempre que o vejo tenho vontade de o abraçar apertado. Por mim, se pudesse, saíamos uma vez à noite por semana, no mínimo! Esta é a minha música favorita do disco. Mas posso dizer que a música “We might never fall in love” é provavelmente a música que cantei mais aos “berros” até aos dias de hoje! E o Walter foi muito lindo quando me convidou para cantar na música em estúdio… a única música que cantei até hoje para um artista meu (é sempre ao contrário, são sempre eles que cantam para mim)!

6 – Minta & The Brook Trout “Future Me”

Um dos discos mais bonitos que trabalhei até hoje e esta música… tão certeira. É linda, tocante, verdadeira… a sensação de que podia ter sido eu a escrevê-la. Aliás, não podia, por não saber escrever letras mas senti que me tinha sido dada, a mim, parece que a Francisca a escreveu baseada no que eu sentia no momento. Incrível. Minta… provavelmente, uma das bandas que mais vi ao vivo até hoje.

7 – Dear Telephone “The door was white”

Das bandas mais divertidas e mais queridas que tenho na Let’s Start A Fire. Adoro muito todos os membros da banda. O Simão é completamente apaixonante, a Graciela é das mulheres mais bonitas de Portugal (já viram bem a beleza dela?), o Pedro é das pessoas mais divertidas e das quais recordo com muito muito carinho um desenho que me fez com o título Super Raquel pelo trabalho que fiz com ele na altura dos Green Machine (a imagem era uma super heroína com a minha cara) e o Ricardo é muito muito querido. Esta é uma das duas únicas músicas que “sei tocar” no meu baixo e o Simão tem das vozes mais doces de Portugal. Eles seriam a razão para eu ir viver para Barcelos, adorava ser muito amiga deles, daquelas mesmo de verdade, amigas do coração, e passar muito do meu tempo com eles.

8 – Los Waves “How Do I Know”

Os meus Los Waves são muito lindos! Tratam-me que nem princesa e foram a banda que me fez voltar a ter vontade de agenciar de novo. O talento é enorme, a humanidade do José e do Jorge ainda maior, merecem o mundo. Não estavam a ter grande sorte no agenciamento e decidi ajudá-los nisso também, já que tinha começado a promovê-los há pouco tempo. Deram-me um bolo de anos feito de gomas. Mnham!

9 – Cave Story “Cleaner”

Que malha de banda! Apaixonei-me pelos meus Cave Story no Barreiro Rocks. Nunca tinha ouvido falar deles, ouvi-os a tocar no festival, fiquei de boca aberta, completamente sem acreditar no que tinha visto. Não consegui esquecê-los e fui atrás deles para trabalhar com eles. Apresentei-me, disse-lhes que adorava a música deles e que queria trabalhar com eles, na promoção e no agenciamento, tudo. Aceitaram-me. Se há amor à primeira vista no mundo da música, eles foram o meu.

10 – Sequin “Peony”

A Ana é muito querida! O mais engraçado é que, apesar de ser minha artista, só a conheci pessoalmente em Londres e, nesse momento, vi a minha primeira raposa na vida, no meio da cidade, após um concerto de Jibóia. Esta é a música que mais gosto do disco, provavelmente, pelos 30 segundos que iniciam aos 2m57s. É dos momentos mais bonitos de todas as músicas que trabalhei até hoje, não sei explicar (a música vive mesmo do quanto toca a cada um de nós, não é?). Podia viver em loop nesses 30 segundos… Ah, e adoro ver a Ana dançar e sorrir!

11 – The Glockenwise “Leeches”

Os meus putos Glockenwise! Os putos mais fixes! Trabalhar com eles não é trabalho, é só diversão e rir! Os únicos a quem socorri em palco com um penso, eh eh eh… não consigo não ser maternal com eles, afinal, foram eles mesmo que me chamaram de mãe num dos dias que passámos juntos em promoção… estou sempre mais que pronta para ir a um concerto deles, são dos concertos que mais me fazem dançar… aliás, o desafio é parar de dançar! Os meus putos deram um dos melhores concertos de Paredes de Coura em 2013! Os maiores!

12 – Alex D’Alva Teixeira “Homologação”

O Alex é um doce de pessoa e tem um coração maior que o mundo, é uma pessoa muito especial e que tive o privilégio de conhecer. O EP “Não É Um Projecto” foi um dos discos em que mais acreditei num artista à primeira audição pela frescura e personalidade cativante do Alex que transparecia nas músicas.

13 – Capitão Fausto “Célebre Batalha de Formariz”

Esta banda é incrível e ao vivo são impressionantes, das melhores bandas em palco nos dias de hoje. Adoro fazer parte da equipa e crescer com eles! Todos muito queridos e engraçados, são uns fixes e adoro encontrá-los por aí à noite e fazer um brinde! Ainda temos um jantar pendente…

14 – Lloyd Cole “Writer’s Retreat”

Um herói da minha adolescência com o qual tive o prazer de trabalhar e que pude conhecer pessoalmente. O conceito de cavalheiro nunca fez tanto sentido até conhecer o Lloyd Cole. Das pessoas mais queridas e respeitosas com quem trabalhei e que me fez sentir a maior do mundo quando disse à editora dele que em Portugal só queria trabalhar comigo. Memórias de esperar num camarim de tv por uma entrevista enquanto comemos morangos do meu tupperware e o Lloyd me lê um poema do Charles Bukowski. Adorável.

15 – Josef & Erika “Fight And Day”

A música do Josef & Erika é incrivelmente bonita e a voz da Erika impressionante e arrepiante. Quando entraram em minha casa para o acústico e a Erika abriu a sua mala de madeira e daí saiu um piano, não queria acreditar, pasmei. Dali só poderia sair magia. Ainda hoje a minha sala tem ecos das músicas que lá tocaram… Duas pessoas tão queridas e com as quais gostava de voltar a passar um bom tempo. Dos concertos mais bonitos que vi até hoje… Obrigada, Sílvia. E esta música, é tão bonita que até dói!

16 – peixe:avião “A Espera É Um Arame”

O primeiro disco que trabalhei dos meus peixe:avião! Têm um percurso muito certeiro e é uma banda com a qual quero trabalhar sempre, adoro a música e as letras. Quando penso neles, vem-me à cabeça uma palavra: profissional. Esta é provavelmente a música que mais gosto deles talvez por ter sido das primeiras que trabalhei… ainda hoje me arrepia!

17 – O Martim “Banho Maria”

No primeiro encontro que tive com o Martim, percebi de imediato que era uma artista hiper activo, cheio de boas ideias e com vontade de editar disco atrás de disco porque criatividade não lhe falta. A primeira coisa que me saiu foi “Tu não és o B Fachada”! Mal eu sabia que ele tinha uma música com este título… o Martim tem um coração de ouro e está sempre pronto a tocar, é o que gosta mesmo de fazer e o que o move. Adoro músicos assim.

18 – Gonzales “Dot”

Eu acho o Gonzales único, brutal e um artista completo. Para além de ser o melhor entertainer do mundo em palco, é divertido, tem um sentido de humor genial e ao piano é, no mínimo, tocante. Já o vi várias vezes ao vivo, desde o Festival Número, Culturgest, Space… não quero falhar um único concerto do artista.

19 – Bruno Pernadas “Ahhhhh”

Este disco é incrível! Dos mais versáteis que trabalhei até hoje e que mostra a genialidade do Pernadas a cada música que ouvimos.

20 – Josh T. Pearson “Woman, When I’ve Raised Hell”

Este é sem dúvida um dos discos mais bonitos que trabalhei até hoje! Só de pensar no disco, tenho um arrepio na espinha.

21 – Patrick Watson “The Great Escape”

Fiz a promoção do concerto de apresentação deste disco em Portugal! Ainda hoje este disco me faz sorrir… as músicas são tão mágicas e cheias de nuvens de algodão por onde podemos saltitar! É lindo!

22 – Manuel Fúria “Que Haja Festa Não Sei Onde”

Grande disco! Esta é a minha música favorita do álbum do Manel. Achei que ia ser complicado escolher a música mas quando a coloquei, não houve dúvida. O som orquestral do disco, os cânticos e as vozes, o ritmo, para mim fez deste disco um dos discos desse ano!

23 – a Jigsaw “The Strangest Friend”

Esta é das músicas que mais gosto dos meus a Jigsaw! São das bandas mais empenhadas e independentes que conheço. Uma das recordações mais divertidas que tenho é duma entrevista cá em casa para o Canal Q… os pormenores da entrevista têm de ficam por contar, eh eh eh! Os meus a Jigsaw deram-me o meu primeiro baixo…

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  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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