O Lago dos Sonhos (Blackthorne & Grim #1)
Juliet Marillier
Editora: Grupo Planeta
Opinião: Não há ninguém, mas mesmo ninguém, neste mundo como Juliet Marillier. Caindo no perigo de me tornar repetitiva a cada opinião que faço sobre esta escritora, não será exagerado afirmar que nunca li obras tão bem tecidas, com uma tão grande mestria e magia enquanto contadora de estórias. Existem momentos alegres, momentos de profunda tristeza, gargalhadas e lágrimas, um amor imenso que tem sempre um desespero em igual medida a acompanhar.
O equilíbrio é a palavra-chave em todas estas obras, mas o que não não tem nada de equilibrado é o poder das emoções provocadas no leitor. A trilogia de Sevenwaters, da mesma autora, é a minha preferida de todos os tempos. Nada depois disso me tem surpreendido ou superado em fascínio. Daí todos estes elogios acabados de serem tecidos pois, apesar de O Lago dos Sonhos não ser superior, estamos perante um livro que nos prende do início ou fim e que volta a revelar uma capacidade única de criação de enredos fortes e personagens que vão desde o mais cativante ao mais odioso.
As primeiras páginas deixam o leitor logo sobreaviso. Não existe um tactear calmo e apresentador, mas antes um cenário de uma violência e repressão evidentes. A narrativa começa com Blackthorne na primeira pessoa, mas ao longo de toda a obra vai partilhando esse protagonismo com Grim e Oran, sendo que cada perspectiva é fundamental para o encaixe de todas as peças do desafio que será apresentado.
São três personagens muito diferentes uns dos outros, mas cujos destinos se entrelaçam em prol da procura da harmonia e de alguma paz. Tal como já nos habituou, Juliet Marillier tem a capacidade de atribuir as maiores cicatrizes e a maior coragem nos habitantes das suas criações. Mesmo após as maiores atrocidades existe uma força brutal que os faz continuar, mesmo que com vista à desistência pelo meio.
Blackthorne é uma personagem feminina magnífica, nada do género cândido e complacente, mas antes uma força da natureza indomável que já viu a sua família a arder, já foi violada e que agora se vê sob uma promessa aos Seres Encantados, cujo objectivo nem sequer consegue compreender. A determinação e a força com vista à vingança serão apenas igualadas pelo papel que Grim vai assumindo na sua vida. Também ele esconde segredos não revelados, mas nada o demoverá no que toca a proteger Blackthorne. E juntos passam por uma série de dificuldades, não só na resistência de Blackthorne a acostumar-se à companhia dele como depois pelas dificuldades e provas a que a população de Dalriada os colocará.
No outro extremo da trama temos Oran, que paralelamente vai descobrindo que afinal pode amar alguém e mal pode esperar pelo dia em que conhecerá Flidais, a sua prometida. Mas o encontro em nada se revela sequer perto dos seus sonhos ou reflecte sequer o calor trocado através de cartas com a sua prometida. Algo está muito errado e quando até o seu melhor amigo parece estar de costas viradas é em Blackthorne e em Grim que deposita as suas confianças.
O desenrolar do enigma tem tanto de mágico como de fervoroso. Só posso falar por mim, mas este foi um daqueles livros que me fez virar página após página de forma constante e viciante; o mundo à minha volta desaparecia e tudo o que via e sentia eram as imagens e as emoções evocadas pela escrita. O fim deixa muito em suspenso, mas quando pousamos o livro o que fica é um sentimento de ternura e de compaixão. Não interessa que idade se tem quando se lê Juliet Marillier, existe um nível de encantamento tal nas suas obras que o difícil é não nos deixarmos absorver por completo. Venha a restante trilogia! Gostei muito.
Olá,
Nunca li nada desta escritora mas vou começar a ler este fim de semana, através do desafio literário do Goodreads o livro "Danças na Floresta", espero gostar.
Beijinhos e boas leituras.
Olá Carla,
Tenho esse, embora nunca tenha lido. Dos livros que já li da autora os meus preferidos são a trilogia original de Sevenwaters. Até hoje nunca li melhor.
Grande beijinho e boas leituras!
Ai meu Deus eu vou perder a cabeça, agora também tu a falar bem dessa trilogia a Tita do Prazer das Coisas fala tanto e bem dela que qualquer dia perco-me mas antes vou à biblioteca municipal que é muito boa ver se tem para ler, tem de ser;)
Beijinhos e boas leituras.
Olá
Tens uma TAG para ti no meu blog.
Beijinhos.