[Playlist da Quinzena] 16 a 31 de Julho – As Escolhas de Ben Monteiro

Fotografia Vera Marmelo

Tal como prometido, o mês de Julho, no que toca à Playlist da Quinzena, está destino a destacar as duas caras principais do projecto D’Alva. O primeiro disco #batequebate está a fazer um ano, o caminho trilhado parece já de um tempo muito maior, mas o que é certo é que a vontade do Ben e do Alex em fazerem ainda mais e melhor está sempre bem presente. Para esta segunda quinzena de Julho, eis que ficamos com as escolhas do Ben que para além de membro dos D’Alva tem um projecto a solo chamado Mount Keeper e ainda tem produzido outros músicos, como o mais recente caso de sucesso – Isaura. É já este Sábado que vão estar a tocar no palco Antena 3 do Super Bock Super Rock e se há coisa que tenho constatado com eles é que, seja em formato completo, seja em redux, dão sempre um concertão e a animação e pé de dança são sempre garantidos. Ainda assim volto a espicaçar a vossa curiosidade e pesquisem pelo projecto a solo do Ben que também vale bem a pena.

1 – Kindness – “House”

 É-me impossível ouvir esta canção e não ficar bem disposto. A maneira como o britânico Adam assume a Pop (um pouco como nós em D’Alva) como género respeitável e o prova em disco é fenomenal. Invejo a sua nacionalidade pelo acesso que tem a ferramentas/instrumentos que aqui em Portugal apenas podemos sonhar ter ao nosso alcance, a não ser em troca de uma pequena fortuna, e a maneira como explora as suas canções e produção é uma lição em Pop. Saber que vou partilhar um cartaz com ele este verão é especial. O video que partilho é diferente, mas justamente a explicação ou defesa de tese de Adam sobre Pop, em 6 minutos super didácticos:

2 – Halfnoise – “Helicopter”

 Um disco inesperado por parte de Zack Farro (ex-baterista do grupo Paramore), que pouco ou nada tem a ver com a musica pela qual ficou conhecido. Um disco que sai no final de 2014 gravado na Nova Zelândia que traz uma pop inesperada, com poli-ritmos acústicos versus electrónicos em cima de atmosferas nórdicas, tudo menos o esperado pelo ex pop-punker de Nashville. Este verão voltei a ouvir o disco e assenta perfeitamente.

3 – Mai Kino – “Burn”

 Não sei muito sobre Mai Kino. Sei que é Portuguesa, que se chama Catarina Moreno e que vive no Reino Unido. Sei também que mal ouvi “Burn” fiquei hipnotizado, e sei ainda que teria todo o gosto em poder trabalhar com ela. Mais não sei!

4 – Isaura – “Change it”

 Esta época do ano está marcada para mim por esta artista e esta canção em particular que tive o prazer de produzir. Provavelmente uma canção para escutar no final do dia quando fazemos a retrospectiva do dia e pensamos no que precisamos re-ajustar e “mudar”. Sou amigo e fã, provavelmente mais do que a Isaura é em potência, pois acredito que o que fez neste curto espaço de tempo é apenas uma amostra do que pode fazer se souber direccionar bem o seu percurso.

É mais uma das novas vozes da Pop nacional, e esse foi o selling point para querer conhecer o seu trabalho e colaborar com ela.

5 – Purity Ring – “Push Pull”

 Ultimamente temos (eu e Alex) descoberto uma atracção por musica algures nas franjas do que é a “EDM” hoje em dia, que cada vez se mistura mais com outros géneros como Hip Hop, Trap, Dance Hall, Dubstep, e há coisas muito interessantes a surgir. O duo canadense não é necessariamente “EDM” mas é com certeza “EM”  num misto de Trap Beats, com songwritting tradicional por parte da vocalista Megan James que tem uma voz tão aguda quanto bela, e que resulta em algo verdadeiramente único. Desde que saiu o seu ultimo disco em fevereiro que nunca sai das minhas playlists. Esta é a minha canção favorita em particular. Provavelmente nunca ouviram falar em Kizomba ou Zouk Bass, mas esta música anda lá perto, e é para mim  interessante sempre que existe uma sobreposição de géneros.

6 – Major Lazer – “Get Free”

 2015 parece ser o ano de Diplo. Em tudo o que tem tocado desde Madona, à K-Pop tem sido hit certeiro. Este ano a canção “Lean On” com a nórdica Mø é o hit do verão. Essa canção mal caiu na web agarrou-me, e neste momento agarra toda a gente, e fez-me re-visitar Major Lazer, e esta é uma das minha favoritas de 2012. Não sou o maior fã de Dance Hall mas a mistura do género com a voz da Amber Coffman dos Dirty Projectors é qualquer coisa de outro planeta. Mais uma vez, quando géneros se cruzam com sucesso, a minha atenção é feita refém.

7 – Jack Ü – “Where Are Ü Now”

 Se alguém me disse-se há um ano atrás que eu estaria a partilhar uma música do Diplo, Skrillex e Justin Bieber no meu mural de FB eu não acreditaria, afinal eu venho do post-hardcore e rock mais alternativo, mas a verdade é que estar em D’Alva abriu bastantes fronteiras pessoais até. Penso que a maneira como as pessoas receberam de forma tão aberta a Pop que oferecemos até a mim influenciou, ao ponto de deixar cair todos os preconceitos em relação à música e qualquer noção de guilty pleasure, e simplesmente apreciar e celebrar o que me move e esta canção é um perfeito exemplo. O que mais me atrai é a produção e as texturas sónicas  que esta dupla está a conseguir implementar. Se isto é EDM então sou desavergonhadamente fã.

8 – Kendrick Lamar – “Alright”

 Não passo sem ouvir Hip Hop, e este ano Kendrick Lamar é incontornável e na minha opinião o melhor rapper em anos.

“Alright” saiu como single há um par de semanas, e é uma das faixas mais fortes do disco, o vídeo é não só uma obra de arte cinematográfica, como é um statement importante na altura que os EUA atravessam no que ao debate racial diz respeito. Uma jogada ousada numa altura em que Hip Hop já é “apenas” Pop Culture, e sinónimo de festa, sendo que musicalmente esta música não deixa de ter o bounce necessário para fazer parte de uma party playlist, mas com alguma substância.

9 – Stromae – “Papaoutai”

 Pena que Stromae (aparentemente) tenha contraído malária o que o impediu de mostrar o Portugal o que para mim não há sombra de dúvida: que a música não precisa de língua para comunicar. Este Afro-Belga que a cantar em francês fechou um dos palcos do Coachella este ano, com dezenas de milhares de norte americanos a cantar as suas canções em francês. A receita para eu gostar do seu trabalho é a mesma de sempre: junção de géneros: Musica Africana, Hip Hop, e Música Electrónica, de forma estranhamente bem sucedida. Consigo identificar as influências (quase) todas, mas não consigo identificar nada sequer parecido com o que faz.

10 – Kanye West – “All Day”

Kanye West pode ser controverso mas não deixa de ser genial. Não me compete a mim defender as acções do senhor West, ele é responsável por si mesmo, mas por alguma razão os grandes génios tem “génios”, e parece-me que nos esquecemos disso quando pensamos em West, em todo o caso no que a musica diz respeito é um dos artistas que mais aprecio. É preciso ser-se alguém bastante especial para fechar uma das noites do Glastonbury só em palco num concerto de quase 2 horas de Hip Hop. É um dos discos que mais espero em 2015, e este single de avanço está no iphone e na minha mente “All Day”.

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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