[Balanços] As Melhores Leituras de 2015

2015 foi um ano de grandes leituras. Não li muito, li cerca de 60 livros, mas posso dizer que foram praticamente escolhidas a dedo. Neste post, decidi colocar apenas livros editados em 2015. Apesar de ter feito muitas outras leituras editadas anteriormente, como O Principezinho ou Uma Casa na Escuridão (de José Luís Peixoto), achei que devia dar destaque às obras que mais gostei e que tiveram o presente ano como “marco inicial” no nosso país. Não me surpreende que a maioria das leituras sejam de autores portugueses, muito pelo contrário, que temos muito talento cá em Portugal já eu sei.

Não coloquei uma ordem muito específica a não ser a deste primeiro livro – A ridícula ideia de não voltar a ver-te. Este é o meu livro do ano. Sem qualquer margem para dúvidas e por todas as razões e mais algumas. Revi-me tanto nas palavras de Rosa Montero e em algumas das passagens da vida de Marie Curie que a coragem e a determinação encontradas foram completamente inspiradoras. Pego nele tantas vezes para reler algumas passagens… Imaginem que o livro está quase todo sublinhado. Crime? Não, apenas muita admiração!

LIVRO DO ANO

A seguir temos o livro do ano de autores nacionais – Xerazade, A Última Noite, de Manuela Gonzaga. Este foi um livro que me afectou muito, em demasiados sentidos. Um autor com essa capacidade é um autor que merece e deve ser lido, está mais do que recomendado. Bastará que leiam a minha opinião e compreenderão. É um livro transcendente.

LIVRO DO ANO NACIONAL

Numa leitura mais recente, mas completamente imperdível, Contos de Cães e Maus Lobos, de Valter Hugo Mãe. É, sem dúvida, um livro intemporal que nos remete para tantas fases das nossas vidas, tantas emoções, que ficar-lhe indiferente é uma espécie de missão impossível. Todo o trabalho artístico/visual também está muito bem conseguido. Dá gosto ter uma edição destas tão bem cuidada.

LIVRO INTEMPORAL

Segue-se Afonso Cruz, que não sabe fazer livros que não sejam bons. É uma aposta sempre segura, mas não pensei que vão sempre ao mesmo. Pelo contrário, a cada livro ele surpreende de várias maneiras e em vários assuntos. Vale sempre a pena ler uma obra nova de Afonso Cruz, seja do género infantil (que de infantil tem sempre muito pouco) ou para adultos. Os abanões são constantes, mas a contemplação maior ainda.


Brandon Sanderson é, para mim, um dos melhores escritores de literatura fantástica. Esta trilogia, Nascida nas Brumas, é capaz de ser das mais complexas, belas e aterradores trilogias que já li. E depois de tantos anos a ler fantástico, a capacidade de me surpreender e marcar desta maneira só pode ser destacada.


Samuel Pimenta e Gilberto Noll lado a lado porque ambas as obras são uma crítica enorme à sociedade e ao ser humano. Bem escritos, perturbadores e transformadores. Penso que de vez em quando toda a gente devia ler estes géneros de livros, os processos de crescimento pessoal e até de relação com a sociedade merecem ser revistos.

 

João Tordo e Pedro Vieira, ambos portugueses, ambos com tanto talento, mas de estilos narrativos completamente díspares. Escolhi emparelhá-los não por me terem causado sensações parecidas, mas precisamente por serem tão diferentes terem conseguido cativar-me a um nível muito próximo. Entre o pessoal e o social, cobrem temas completamente diferentes, mas necessários. Talvez seja a única a ver algum sentido nisto, mas a verdade é que vejo.


Tive o prazer de fazer parte da apresentação destes dois livros. Não estão no top por causa disso, estão cá porque eu acredito realmente no valor destas obras e que sem dúvida o público-alvo amante de policiais com romance e espionagem se vão render automaticamente. O Nuno está de parabéns e sei que esta tem sido uma luta com muitos atritos, mas sempre vencida com muito querer e grande qualidade.


A Eterna Demanda e Toda a Luz Que Não Podemos ver foram dois livros de literatura estrangeira que também mexeram com os meus sentidos. O primeiro tem o seu quê de estranho, mas as passagens pertinentes conquistaram. Já o segundo tem toda uma densidade e intensidade que mexe connosco desde o início. Talvez por a protagonista ter a limitação que tem, a certa altura, não sei. Mas ambos muito bons!


Juliet Marillier é a minha autora preferida de tudo o que envolve magia, misticismo e romance. Depois da trilogia de Sevenwaters dificilmente alguma será melhor, mas esta volta a ter uma magia bastante única e foi uma delicia de ler. Ao lado, num género nada a ver, Peregrino. Um livro que me levou perto de um mês a ler, mas que valeu totalmente a pena. É um livro com bastantes camadas, que envolve em si mesmo assuntos muito sérios e actuais, tornando-se assombroso.


Por último, mas sem ficarem a dever nada a ninguém, dois destaques da literatura portuguesa. Vou confessar, eu li uma das versões beta d’A Alvorada dos Deuses, não li esta versão toda bonitinha (isso está para breve), mas penso que é uma conquista e um marco na escrita do Filipe Faria ter um novo romance cá fora. Ele escreve muito bem, mesmo usando termos que inevitavelmente teremos de ir ao dicionário se não quisermos ficar na dúvida, e penso que o devido valor não lhe tem sido totalmente dado. É a ele e ao Rui Conceição Silva, que escreveu um dos livros mitológicos mais extraordinários que já li e por não ter vendido teve de se render ao romance. Mas e que romance! Quando o Sol Brilha tem muito de genuíno, família e emoção. É um livro muito verdadeiro e sincero. 


E é isto! Não querendo desvalorizar outras leituras, como A Rapariga no Comboio ou Doce Tortura, que também gostei muito, acho que estes se destacam pela sua unicidade em género e estilo. Gosto de livros que me transportem para outros locais, que me façam sentir como se lá estivesse, que mexam comigo e me tirem da normalidade. Ou então que apenas traduzam muito daquilo que sinto, daquilo que vejo e nem sempre me consigo expressar. Ainda não terminei a leitura Os Enamoramentos, mas sem dúvida que é outro livro que encaixava aqui muito bem! Boas leituras!

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Biscoita
Biscoita
8 anos atrás

Com muita pena minha, não li nenhum dos que estão na lista 🙁 Mas muitos deles estão na minha wishlist! A minha leitura mais recente foi Para Onde Vão os Guarda Chuvas, e acabei apaixonada pela escrita de Afonso Cruz. Quero ler muito mais dele. O Luto de Elias Gro vai chegar em breve cá a casa, por isso será um dos meus próximos alvos 🙂

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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