Fotografia por Só Sofia |
Este 1 de Dezembro traz com ele não só uma nova playlist, como também é o início de um mês muito especial – o mês do 7º aniversário do BranMorrighan. Como já tem sido hábito nos últimos anos, gosto que este marco de aniversário acabe por ser caracterizado por momentos únicos e que abranja pessoas que considero especiais. Daí a opção de fazer a playlist durante o mês de aniversário inteiro e por uma pessoa que, provavelmente, só conheci por causa do blogue e por quem tenho uma grande estima. Chama-se Tiago André, mas provavelmente reconhecerão mais facilmente o nome DJ A Boy Named Sue. Não há ninguém como ele a passar música, garanto-vos. E isto independentemente do vosso “género” musical – aposto que vão acabar a dançar de qualquer maneira, com a vantagem de a qualidade musical ser muito superior à que provavelmente poderão estar habituados. O seu gosto eclético acaba por ser um dos seus pontos fortes e nesta playlist ele mostra isso mesmo. Deixo-vos com a página de Facebook dele onde poderão ir sabendo por onde é que passa e ainda seguir o seu Cocktail Mariachi, programa da Rádio Universidade Coimbra.
Facebook: https://www.facebook.com/djaboynamedsue/
Para mim é bastante complexo tentar fazer uma playlist, uma vez que os meus gostos abrangem demasiados géneros musicais, das mais diversas origens e épocas, e por isso é fácil perder-me.. Tentei focar-me nas bandas ou músicas que me têm chamado mais a atenção nos últimos tempos, pontuadas por alguns clássicos no meio. Talvez devido ao facto de ser Dj, imaginei esta playlist como uma espécie de mini dj set, em que faço uma viagem gradual pelos mais variados ambientes.
Terry Callier – Spin, Spin, Spin
Faz parte de um álbum fabuloso de que gosto muito: ‘’The New Folk Sound of Terry Callier’’ de 1968. Escolhi-a porque acho que cria uma espécie de atmosfera envolvente de ponto de partida para esta viagem musical.
Arthur Lee & Love – Five String Serenade
Foi das primeiras músicas de que me lembrei para esta lista. Não sei bem porquê, talvez porque seja uma música claramente de Inverno e aconchegante. A maior parte das pessoas deverá conhecê-la pela versão de Mazzy Star. É uma obra prima de Arthur Lee na sua ‘’reencarnação’’ nos anos 90, muito após o seu período de ouro nos anos 60 com os Love.
Dave Rawlings Machine – The Weekend
Li sobre este disco em várias revistas e fiquei curioso, depois de o ouvir percebi o porquê de tanto alarido. ‘’Nashville Obsolete’’ é um dos melhores discos de Folk / Country / Americana que ouvi nos últimos anos, delicioso do início ao fim.
Sun Blossoms – Summertime
Descobri Sun Blossoms num concerto na Popular Alvalade em que faziam a primeira parte dos Black Jews (agora Mighty Sands), no fim de semana do Alive. Fiquei completamente rendido, Sun Blossoms é o projeto de Alexandre Fernandes, gravado no quarto, tem uma uma autenticidade e genialidade musical muito fora do vulgar.
Bonifrate – Paralaxe
Quando os Boogarins partilharam uma música de Bonifrate, fiquei curioso por causa do nome. O meu pai fundou, há mais de 30 anos, uma Cooperativa de Teatro com o nome Bonifrates (que significa bons irmãos). Na mesma noite ouvi todos os discos que estavam disponíveis na internet. Uma espécie de pop com um toque psicadélico e com letras muito boas.
The Dolly Rocker Movement – Your Side Of Town
Uma das bandas de que mais gosto da renascida psicadelia, original da Austália, e talvez por isso não muito conhecida por aqui. O nome Dolly Rocker será uma homenagem a uma música de Syd Barret dos Pink Floyd. Esta música tem daquelas melodias que se entranham e fixam no subconsciente duma pessoa, já dei por mim a passar dias a trautear esta música sem saber porquê.
Allah-Las – Recurring
Allah-Las é daquelas bandas que é amor à primeira audição. Foi assim comigo e acredito que tenha sido assim com muita gente. Esta música faz parte do segundo disco ‘’Worship The Sun’’ e resume bem a sonoridade deles.
Boogarins – Benzin
Quando comprei o primeiro disco dos Boogarins fiquei logo viciado, ouvi o lado A, depois o B, depois o B outra vez, depois o A… Na ressaca do recente concerto no Musicbox fui ouvir o segundo disco e fiquei com esta música na cabeça. Doce.
The Limiñanas – My Black Sabbath
Das minhas bandas preferidas dos últimos tempos. São o projecto dum casal francês, que mistura perfeitamente as mais variadas influências: chanson française, psicadelia, bandas sonoras italianas, rock, etc… Este tema faz parte do seu terceiro disco ‘’Costa Blanca’’.
Ananda Shankar – Jumpin’ Jack Flash
Uma das músicas que mais gosto de passar nos meus dj sets. Uma versão de um original dos Rolling Stones conseguida com o uso de cítara e sintetizadores Moog, gravada em 1970. Ananda era sobrinho de Ravi Shankar. Esta sua frase pode resumir a sua música: ‘’I have had a dream to try to combine Western and Indian music into a new form, a music which has no particular name but is melodious and touching, and which combines the most modern electronic devices with the old traditional instrument, the sitar’’.
Jacco Gardner – Before The Dawn
Faz parte do mais recente registo de Jacco Garner, um dos nomes mais interessantes na já referida vaga de nova música psicadélica. Uma música que se desdobra em melodias e camadas sonoras e nos envolve hipnóticamente em 8 minutos que parecem passar num instante.
James Leg – A Forest
Sou um grande fã dos Cure e ‘’A Forest’’ é a minha música preferida deles. Esta é uma versão incrível por James Leg (John Wesley Myers, ex Black Diamond Heavies), um homem que encarna genuínamente o espírito do Rock’n’Roll e que se destaca pelo seu teclado Fender Rhodes que faz soar e suar como uma guitarra.
Dead Weather – Let Me Through
A minha música preferida do último disco dos Dead Weather, banda de ‘’all stars’’ que creio dispensar qualquer apresentação. Uma música que traduz uma combinação poderosa e perfeita de rock no século XXI.
Thee Oh Sees – Web
A primeira música do seu último disco ‘’Mutilator Defeated at Last’’. Depois de uma já longa carreira, John Dwyer consegue aqui um dos melhores discos de 2015.
Motorhead – Sympathy For The Devil
Sou um grande fã de Rolling Stones e esta trata-se de uma música muito difícil de igualar, mas é uma versão mesmo muito boa. A transformação da base original de samba numa bateria quase tribal, a ‘’roupagem’’ pesada e a voz rouca do Lemmy levam a música para uma outra dimensão.
Wall Of Voodoo – Ring Of Fire
Das minhas músicas e versões preferidas de sempre. Escrita por June Carter, originalmente editada pela irmã Anita Carter, foi popularizada por Johnny Cash numa versão com trompetes e aqui completamente desconstruída pelos Wall Of Voodoo. Banda americana de Stan Ridgeway, que misturava new wave, sintetizadores, western spaghetti e bandas sonoras, mais conhecida pelo seu hit ‘’Mexican Radio’’, consegue aqui um som muito à frente do seu tempo. A segunda parte da música inclui no solo de guitarra uma versão do tema do filme ‘’Our Man Flint’’ de 1966
The Brian Jonestown Massacre feat. Soko – Philadelphie Story
Para terminar escolhi uma música com um toque quase épico, por Anton Newcombe, o génio por detrás do projecto Brian Jonestown Massacre, incluída no seu último disco ‘’Musique de Film Imaginé’’. Trata-.se mais uma vez de uma versão, aqui de um original de 1968 de William Sheller, sob o nome de Popera Music, que Anton revisita perfeitamente com a participação da cantora francesa Soko.