Andy Jones
Editora: Suma de Letras Portugal
Comprar Aqui: http://goo.gl/LL6xvK
Eu sei, devia voltar ao formato opinião antigo, mas a verdade é que acabei mesmo agora de ler este livro e veio-me o impulso de escrever logo umas linhas sobre o mesmo. Virei a última página e fiquei tão confusa que às tantas parecia que ia chorar a rir, ou rir a chorar, não sei bem, ao mesmo tempo que me apetecia mandar uma quantidade imensa de palavrões cá para fora. Não foi uma leitura tão linear como ao início estava à espera e, embora não tivesse expectativas nenhumas, a verdade é que Nós os Dois foi um livro que, não sendo genial, me tocou verdadeiramente.
Ao início, o enredo parecia um pouco banal, nada de extraordinário, mas à medida que a história avança e nos vamos apercebendo de pequenos pormenores, há qualquer coisa que se começa a agitar dentro de nós. Fisher e Ivy são o casal protagonista, mas depois conhecemos também El e Phill, Esther e Nilo, e embora os últimos dois não tenham o “peso” dos primeiros, são elementos-chave no que toca ao que diferencia este romance de tantos outros. Pelo menos na minha opinião, claro. Temos ainda Joe, colega/chefe de realização de Fisher, e Suzy, que vieram a desempenhar um papel mais importante do que se calhar muitos leitores poderão dar conta.
Esta é a história de um casal que se conhece, que se apaixona automaticamente e fervorosamente, e que vive umas semanas dignas de lua-de-mel. O voltar à vida real traz consigo umas quantas questões, principalmente quando ambos dão conta que as suas vidas estão prestes a mudar… drasticamente! Ainda bem que a sinopse disponibilizada é tão curtinha, aconselho a que não procurem muito mais sobre o livro se estão a pensar lê-lo, porque honestamente o que não está lá é o que realmente importa. E a descoberta, o caminho que percorremos com os protagonistas, tem tanto de fascínio como de assombro, principalmente se formos reconhecendo algumas coisas pelo caminho.
É um romance romântico, sim, mas é tão humano, tão comovente e ao mesmo tempo revoltante, que dei por mim a devorá-lo em, literalmente, três tempos (dias). Embora possa parecer um pouco marginal, tenho de destacar a mestria do autor na teia de El e Phill, na visão que nos é mostrada do ponto de vista de Fisher e na impotência provocada no leitor. Mesmo sendo secundário, El foi dos personagens que mais mexeu comigo. E nessa mesma linha do assistir e não poder intervir, tenho alguma dificuldade em falar de Ivy. Acho que lendo o livro perceberão porquê. Tentei colocar-me no lugar dela página após página e não foi nada fácil. Na última meia centena de páginas tornou-se quase insuportável. Ainda assim, a coisa boa de Nós os Dois é que, tal como na vida real, há sempre esperança de que algo se endireito, algo se concerte dentro de nós e que volte a fazer sentido.
Embora tenha saído em tempo oportuno, perto da altura do Dia dos Namorados, acho que esta é uma obra a ser lida em qualquer altura. Fará recordar várias paixões, as suas diversas fases, mas também terá emoção suficiente para que em certas alturas nos recordemos que esta podia ser a nossa história. Poder-se-ia dizer que este é um romance onde as imperfeições humanas dão uma beleza única à história que conta. Gostei.