Domingo, 13 de Fevereiro
Pode ser uma visão pessimista, mas a vida é um longo exercício na arte de perder.
Perdemos a mocidade, a inocência, os sonhos, a esperança. A cada momento que passa perde-se sem remédio, e o que se viu jamais se reverá com sentimento igual, nenhum amor se pode repetir, nenhuma alegria se deixa duplicar. Salva-nos da loucura a ilusão, a crença infantil duma vida eterna num céu onde nada se perde e tudo se torna melhor.
Muitos devem ter dito e escrito isto, mas senti-lo, vê-lo confirmado, é dolorosa surpresa.
J. Rentes de Carvalho, Pó, Cinza e Recordações