A dor, por dentro, era tanta que parecia uma orquestra no meu peito. Disse para o ar: vai-te embora, prefiro que desapareças de uma vez por todas ou até que nunca tenhas existido, como é possível que a ausência de alguém seja tão mais pesada do que a sua presença, e como se vive assim sem enlouquecer de vez?
João Tordo, O Paraíso Segundo Lars D.
PS: O LMR faria hoje 40 anos. Tenho evitado o dia todo pensar nisto, refreio o instinto de me debruçar sobre a dor da sua ausência. Enquanto lia esta tarde o último romance do João Tordo, deparei-me com esta citação e retrocedi perto de 11 meses. Vai fazer 11 meses, dia 26. E não há nada que seja capaz de preencher essa ausência.