Está a fazer precisamente dois anos que me sentei com o Jota no Fábulas a conversar sobre o seu trabalho. Conheci-o pessoalmente nesse dia, depois de ter ousado contactá-lo. Naquela altura andava na minha demanda de descobrir projectos musicais portugueses, estava a introduzir a música portuguesa no contexto do BranMorrighan e eis que na página de Riding Pânico encontro um administrador de página que não era um membro da banda. Quis saber qual poderia ser a ligação e qual seria o seu papel.
Quando entrei no universo artístico do João Pedro Fonseca, rapidamente encontrei ligações com outros artistas, como Mr. Herbert Quain ou RA (agora Ricardo Remédio), e foi numa actuação com este último (em que o Ricardo construía a sua música e o Jota construía a sua arte ao som dela) que fiquei verdadeiramente fascinada. Daí a perceber que estava perante um ser humano com uma visão muito própria do mundo, não deslocada, mas antes com uma personalidade individual muito própria, foi um instante. O fascínio instalou-se, quis falar com ele e dois anos depois acho que posso dizer que tanto eu como ele crescemos imenso. Sinto-me uma verdadeira sortuda por poder acompanhar o seu percurso e ainda mais lisonjeada por hoje em dia o BranMorrighan ter uma imagem e um percurso actual que tem muito do Jota. A imagem do 6º aniversário foi ele que fez, o layout e logo actual foi ele que construiu… E isto tem uma razão de ser.
Não tendo eu qualquer tipo de capacidade de expressão artística, vejo no Jota alguém capaz de o fazer por mim e por tantos outros. A sua arte é única e fascina-me a capacidade que ele tem de pegar num conceito e dar-lhe toda uma forma que mistura o primitivo com o futurista, que parece vir de um lugar onde poucos podem aceder, nunca perdendo a sua humanidade, sinceridade e humildade. Conhecendo-o pessoalmente, é impossível não nos deixarmos contagiar pelo seu discurso e pela paixão que demonstra pelo que faz. A sua essência não deixa ninguém indiferente e quem me dera ter o conhecimento e as palavras certas para lhe fazer jus, perdoa-me Jota, não tenho.
Acredito que isto é só o início e quando ele me mostrou o documentário que dois estudantes da ULHT fizeram sobre ele, senti que fazia todo o sentido partilhá-lo também convosco e dar-vos uma visão bem mais pessoal e intimista sobre quem é, e o que faz, o João Pedro Fonseca. Da minha parte, a admiração e o respeito que tenho por ele são soberbos. Deixo-vos com uma pequena descrição do documentário e peço desculpa por me ter estendido tanto.
Miguel Saraiva e Melissa Ehrlacher, estudantes da ULHT, partiram em busca de um artista português emergente para a realização de um documentário. Durante esta procura deparam-se com um artista plástico, João Pedro Fonseca, seguindo por algumas semanas o seu quotidiano. Esta peça apresenta um registo do processo criativo em várias situações e locais distintos, levando-nos a um universo intimista e profundo entre artista, inspiração e trabalho, onde uma linha ténue que divide constantemente o passado e o presente é um elemento fulcral para a transformação do ser e a sua obra.
Site:
http://www.joaopedrofonseca.com/
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