O Copenhagen recebe a embaixada portuense da Biruta para uma noite ideal para perceber com que linhas se renova a tradição do hip-hop portuense.
Kap, rapper de Gaia de 20 anos, vem apresentar o promissor “Do Nada Nasce Tudo”, álbum emancipador que bebe fora do rap, em músicas tão ricas como a bossa nova, o suco sonoro. Toda a expressão criativa de Kap remete para a solidão do processo em que compôs o álbum, tendo unicamente uma participação especial: o seu avô, que distante e ouvido ao longo do álbum por samples, representa a entidade moral do álbum. Depois de um showcase no Vodafone Mexefest, esta é a primeira apresentação em Lisboa.
A noite continua com L I Q U I D, DJ adepto do hip-hop contemporâneo, que promete uma noite à medida das novas sensações.
Entrada livre até às 23h00
Evento: https://www.facebook.com/events/1100012803366926/
BIOGRAFIA
José Poças é Kap,tem20 anos e é um MC/produtor de V.N. Gaia. Prolífico escritor e compositor, começou a desenhar a sua música aos 16 anos (2011), tendo lançado ainda nesse ano a sua primeira mixtape“16 anos acumulados”. Continuou explorando a sua forma e as suas palavras em mais dois EPs “Sobrenada” (2012) e “Difícil de ser encontrado” (2013). Desde então, começou a desenvolver o seu primeiro álbum“Do Nada Nasce Tudo” (17de Novembro de 2015), que chega a público com chancela Biruta Records. O disco surge numa fase de maior maturidade pessoal e musical. Actualmente, Kap estuda PTM (Produção e Tecnologias da Música) na ESMAE (Porto), curso onde tem aprendido novas valências e lhedeu ferramentas, para concretizar o álbum na íntegra, sozinho. São 18 faixas em que Kap ficou a cargo da sua escrita e produção, como também da execução técnica (gravação, mistura, masterização).
DISCO
“Do Nada Nasce Tudo”é um momento de emancipação, distante da necessidade de sobrevivência dos registos anteriores. Exprime gostos que nasceram naturalmente com o crescimento do rapper, e soa mais autêntico por isso. É o caso de “As Costas”, tema conciso, com beat que faz declaração de amor à bossa nova (como é o caso de vários samples presentes no álbum) e letra de uma rima poeticamente colorida. Enquanto abana o pescoço, metaforiza uma dor de costas para a dor de pensar. O avô de Kap, Gervásio Poças, é a única voz que acompanha a solidão do intérprete, funcionando como a entidade moral do álbum. De facto, sem nos apercebermos, toda a expressão criativa do músico nesse registo remete para essa solidão, para a instância desgastante e profusamente demorada de concepção, onde sozinho, como que em retiro, o rapper escreveu, produziu, matutou e masterizou o álbum.