“Konono Nº1! Pri! Prri! Prii!”
Teria sido um ano muito bom, não fosse tudo o que se passou e continua a passar em Angola. Apesar de tudo, sinto que é um ponto de mudança e que nada será em vão, se não nos esquecermos de cada um dos presos, condenados por pensarem diferente e desejarem um futuro melhor.
Pedro Coquenão iniciou, no final de Fevereiro do ano passado, uma jornada muito especial com os Konono Nº1.
Começou por recebê-los em Lisboa para a gravação do novo disco que produziu e para o qual contribuiu ainda com a sua voz e instrumentos preciosos como a sua Lata, a Dikanza, Synths e beats, na sequência do convite de Marc Hollander (Crammed Discs), que se apaixonou pelo seu trabalho durante o espectáculo de Batida no Womex em Espanha: ”I was attending Batida’s performance at Womex 2014 in Santiago de Compostela, and was totally charmed by the show, which was fresh, inventive and full of groove.”
A segunda paixão nesta história foi a dos Konono Nº1 pela Garagem-estúdio de Pedro, que logo na primeira visita decidiram que seria aquele o sítio perfeito para a gravação do disco. Para Augustin, o líder da banda, era como: “estar em casa”.
Bom na verdade esta foi a 3ª paixão e a de Marc a segunda. A primeira foi mesmo a do Pedro pelos Konono Nº1, um amor antigo do qual guarda a memória dos primeiros hi5s com a banda, ao entrar em palco na casa da música, sem nunca imaginar que um dia se iria cruzar com eles num disco.
Fotografia Vera Marmelo |
“Konono Nº1 Meets Batida”, editado este mês, foi o resultado de mais de uma semana de gravações intensas em Lisboa, com o aquecedor que guarda desde criança a manter os “Tam Tam”, sempre prontos para mais uma sessão de gravação e litros e litros de chocolate quente, bebidos entre todos, enquanto a primavera não se assumia.
Depois das gravações na Garagem, já em Agosto, Pedro juntou-se ao produtor original da série Congotronics, Vincent Kenis, para juntos terminarem a produção do disco.
Uma das primeiras musicas a ser espalhada pelo mundo foi “Nlele Kalusimbiko”, para a qual convidou ainda AF Diaphra e Papa Juju dos Terrakota.
O tema foi agora ilustrado com imagens e está já disponível on-line. Imagens de Lisboa, do jantar de família na Casa Independente, e imagens captadas nos dois concertos memoráveis que deram juntos, após as gravações do álbum, um no Lux e outro no aniversário da RUC.
“Nlele Kalusimbiko” estreou a semana passada no Okay Africa e já pode ser visto aqui: