[Diário de Bordo] O meu último vício internacional

O disco já saiu há alguns meses, a Universal, muito amavelmente, também já mo enviou há algumas semanas, mas eu e a música temos esta coisa de nos encontrarmos e apaixonarmo-nos fora de tempo. Não consigo ouvir um disco só porque está na moda ouvi-lo nem me consigo forçar a ouvir um disco só porque sim, porque saiu e é suposto falar-se dele na devida altura. Quem me conhece já sabe que eu tenho o meu próprio ritmo, tanto na música como na literatura, e tal como às vezes há um certo título literário que chama por mim, desta vez foi o disco de James Blake que tão sossegado andava por cima da impressora. Chamou-me uma, duas, três vezes, e agora acompanha o disco dos Moderat como daqueles discos internacionais que mais estou a ouvir em 2016. 

Não sei bem explicar porquê, na verdade. Sempre admirei o trabalho de James Blake, sem dúvida alguma, mas lembro-me que quando o primeiro single saiu, que fiquei com aquela sensação que após um disco que ouvia sem parar, vinha um seguinte que talvez não conseguisse ouvir da mesma maneira. Mentira, São 17 músicas, qual epopeia emocional, em que mais parece que estou a assistir a um qualquer filme em tom de diário de viagem. Uma viagem que passa por vários locais imaginários, mas principalmente por muitas memórias adormecidas. A estética combina perfeitamente com a textura e as histórias que nos são contadas. As variantes electrónicas que vão sendo aplicadas a casa música reforçam o cuidado e o balanço que existe entre o peso das letras, as distorções vocais e a imagética projectada. 

Radio Silence, Put That Away And Talk To Me, Noise Above Our Heads e I Hope My Life, são, neste momento, as músicas que mais tocam deste lado em conjunto com a I Need a Forest Fire, claro. A voz de Bon Iver encaixa-se tão bem na música que dá vontade de lhes pedir que façam um disco inteiro juntos. E pronto, tinha de escrever um post sobre este disco. Ultimamente o tempo corre tão depressa e parece que nunca há tempo para nada, mas caramba, acho que devem ficar registadas, nos momentos em que ocorrem, as coisas que mais vão mexendo connosco e que de alguma maneira nos marcam. O disco está disponível por todo o lado, por isso basta abrirem um Spotify ou irem a uma FNAC e está feito. Beijos e bom Domingo! 

I hope you’ll stop me before I build a wall around me

We need a forest fire

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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