A Rapariga do Calendário – Livro 1
Audrey Carlen
Editora: Editorial Planeta
Sinopse: Mia Saunders precisa de dinheiro. De muito dinheiro. Tem um ano para pagar ao agiota que ameaça a vida do pai e exige o reembolso de uma enorme dívida de jogo. Um milhão de dólares para ser exacto.
A sua missão é simples: trabalhar como acompanhante de luxo para a empresa da tia, com sede em Los Angeles, e pagar mensalmente uma parte da dívida. Passar um mês com um homem rico, com o qual não é obrigada a ir para a cama se não quiser. Dinheiro fácil.
A curvilínea morena amante de motas tem um plano: entrar no jogo, conseguir o dinheiro e voltar a sair. Parte do plano é manter o coração fechado a sete chaves e os olhos no objectivo.
Pelo menos é como espera que corra.
Sexo, Amor e segredos. Uma história que a fará sonhar.
Opinião: O fenómeno Audrey Carlen chegou a Portugal há poucos meses, mas parece já ter conquistado uma legião de fãs. Depois da febre inicial, há um ou dois pares de anos atrás, de lançamentos de romances eróticos, poucos ou nenhuns tenho lido, mas fiquei curiosa com esta série “A Rapariga do Calendário”. Talvez por ter sido um fenómeno de autopublicação que de repente catapultou a autora para alguém já reconhecido como bestseller. A história é então composta por doze capítulos, cada um correspondente a um mês do ano, e a protagonista é Mia, uma jovem mulher que se vê deparada com o pai em coma, consequência da dívida de um milhão de dólares ao seu ex-namorado. Retorcido, não? Já sem mãe presente e uma irmã mais nova que quer proteger a todo o custo e que está agora na universidade, Mia encontra na sua tia Millie, e no seu negócio de acompanhantes de luxo, a solução para os seus problemas e assume o compromisso de um ano. Um cliente por mês. Cem mil dólares por mês, mais um extra de vinte cinco mil se por acaso se envolver sexualmente com algum dos clientes.
Que contrato, hein? Num ano pode não só cobrir a dívida do pai como assegurar a faculdade da irmã e quem sabe juntar algum dinheiro para ela. Não vendo outras soluções viáveis à vista, Mia mergulha de cabeça na aventura . A partir daqui cada mês revela-se uma história diferente em que a autora não só vai revelando o seu talento para a criação de ambientes sensuais e românticos, como dá espaço para que aspectos mais íntimos e humanos sejam trabalhados. A linguagem utilizada para descrever os cenários sexuais é lasciva e grosseira ao mesmo tempo, resultando num equilíbrio que nem sempre é fácil de se conseguir. Ou seja, a linguagem consegue ser sexy, evoluir para algo mais animalesco, sem que as expressões caiam em lugares comuns demasiado brejeiros, quebrando a leitura. Audrey Carlen mostrou-se à altura de criar uma sequência de pequenas histórias que mantêm os leitores sempre a quererem saber mais. Afinal o primeiro mês abre portas para inúmeras possibilidades e os dois meses seguintes mostram realidades completamente diferentes, mas sempre com um fio condutor comum.
Nem sempre senti a maior empatia com a protagonista, não pelas suas opções de vida, mas antes pela forma como muitas vezes reagia em certas ocasiões, mas fazendo um balanço geral foi uma leitura bastante aprazível, fácil e rápida, relaxante o suficiente para se tirar a cabeça do dia-a-dia e por uns momentos assistirmos “aos problemas” dos outros, qual novela. Como escrevi anteriormente, acho que de facto o que me agradou mais foi a autora introduzir realidades tão diferentes, abordando temas como o mundo da arte e a homossexualidade, através de personagens muito humanos, os quais são fáceis de transpor para a vida real. Venham os próximos meses e o desfecho da história de Mia Saunders.