Sou a pior. Queria ter lançado esta playlist logo no Domingo, dia 16, por ser a data da exposição da Marta, da qual já falei aqui: http://www.branmorrighan.com/2016/10/diario-de-bordo-o-meu-retrato-no.html
O problema é que na minha cabeça tinha sido mesmo isso que tinha feito, até que hoje dei conta que não. Ahahah! Desculpa, Martinha!!! Mas basicamente esta quinzena é dedicada à Marta, que já tanto fez por mim e pelo blogue (foi a ilustradora do 7º aniversário). É das pessoas mais queridas e genuínas que eu conheço. Tem um coração irrequieto e desassossegado, mas sempre terno, atento, solidário e apaixonado. Aqui ficam as suas escolhas e aproveitem para visitar a sua página de artista: https://www.facebook.com/MBanzaPhotography/
Quando a maravilhosa Sofia me convidou para construir uma playlist para o seu maravilhoso blogue, invadiu-me um daqueles sorrisos semi envergonhados, meio menineiros, ao mesmo tempo que me transportou a mente para a minha gaveta de músicas que mexem comigo, onde andei a vasculhar.
Não demorei a perceber que a gaveta é remexida e arrumada de maneira diferente de tempos a tempos… Por isso decidi fazer uma lista de músicas que me viessem à cabeça sem ter que pensar muito. Porque essas é que estão, neste momento, a ter impacto na minha forma musicada de ver a vida, guiando-me pelos dias consoante o tom. Não falarei extensivamente sobre cada uma, pode ser que tenham vontade de as ouvir e descobrir por vocês algum significado.
The Other Woman – Nina Simone
A razão desta versão desta música aparecer em primeiro na lista não é aleatória. É que, mal entra o piano, é como se todo o meu corpo fosse uma coluna por onde passa toda esta melodia. Arrepio-me até à pontinha do meu dedo mais pequenino do pé, que nem tinha dado por ele até a Nina ter começado a cantar. Adoraria ter conhecido a Nina, mesmo tendo quase a certeza de que a sua altivez a roçar o ressentimento tivesse feito dela uma mulher muito sua, pouco dada a quem pouco conhecia (ou pouco merecia). É uma música de Mulher para Mulher. Ah! E depois acaba… E afinal era tocado ao vivo. Lá vem mais um arrepio…
By The Cathedral – Keren Ann
Esta música é, para mim, dona de umas das rimas que mais adoro. Envolta de uma simplicidade romântica, uma melancolia muito feminina, enquanto é acompanhada de uma guitarra que quase alegra o triste. Numa disputa com a voz da Keren, o pequeno solo de trompete para mim, encaixa na perfeição.
Water Me – FKA Twigs
Um vício recente. A FKA Twigs prendeu-me desde a primeira música, que foi esta. Transmite-me a fragilidade que mesmo a mulher mais possante inevitavelmente sente, ao mesmo tempo que me convence de que o crescimento pessoal pode ser inibido ou enaltecido por aqueles que escolhemos ter à nossa volta. A quem nos escolhemos dar.
X – Tiago Bettencourt & Carminho
Esta mexe comigo de forma agridoce. Aproxima-me de alguém que já cá não está, que partiu cedo e com quem me identifico, enquanto me enche a alma como só as músicas portuguesas conseguem fazê-lo. Enquanto escrevo sobre ela oiço-a, e dá-me vontade de parar, fechar os olhos, chorar, dançar, e sonhar a noite toda. E eu “queria mais altas as estrelas, viver a vida – quanto mais funda e lúgubre a descida, mais alta é a ladeira que não cansa.”
Eu Te Amo – Chico Buarque
A Música. É, para mim, aquela que desde o primeiro dia desponta a mesma reação em mim. Como se nunca a tivesse ouvido antes, mas que já deixou raízes no meu coração. Acompanha-me sempre, mesmo que não a oiça, está em mim. Oiçam bem este poema… Se vos acontecer como a mim, sentir-se-ão pequenos perante o Amor. O sentimento ao qual o Homem tanto foge, mas que “volta sempre a enfeitiçar”. Esta música dá-me razões para crer na beleza da nossa raça, apesar do dia-a-dia que o contradiz.
Assim termino esta playlist… Estou de coração mais cheio, porque falei de um pouco do que me une ao Mundo e me move todos os dias. Obrigada, querida Sofia, por este espaço que fizeste meu, sendo teu.