Opinião: Tudo, Tudo… e Nós, de Nicola Yoon

Tudo, Tudo… e Nós

Nicola Yoon

Editora: Editorial Presença

Sinopse: Madeline Whittier observa o mundo pela janela. Tem uma doença rara que a impede de sair de casa. Apesar disso, Maddy leva uma vida tranquila na companhia da mãe e da sua enfermeira – até ao dia em que Olly, um rapaz vestido de preto, se muda para a casa ao lado e os seus olhares se cruzam pela primeira vez. De repente , torna-se impossível para Maddy voltar à velha rotina e ignorar o fascínio do exterior – mesmo que isso ponha a sua vida em risco. Nicola Yoon escreveu um livro comovente com uma mensagem para leitores de todas as idades .

OPINIÃO: Quando soube da publicação deste livro, virei um pouco a cara. A comparação com A Culpa é das Estrelas deixa-me sempre num misto agridoce. Esse livro de John Green entrou na minha vida numa altura muito particular e marcou-me muito. Não particularmente pelo amor adolescente, mas mais pelo constante confronto com a possibilidade de uma morte próxima e de como a vida pode mudar tanto num abrir e fechar de olhos. Tudo, Tudo… e Nós, logo pela sua sinopse fazia antever alguma similaridade que, felizmente, não se confirmou assim tanto. Dei por mim a deixar-me fascinar pelo cuidado com que o livro tinha sido escrito, os pormenores gráficos, a candura que, não sendo exagerada, a protagonista foi capaz de transmitir.

Venho de uma série de leituras difíceis, com temas pesados, com estilos narrativos que tocaram no âmago do que é ser-se adulto e já se ter um passado com peso e um presente que procura algum sentido. Cruzar-me com esta obra, após estas leituras, foi um desentorpecer e um romper por entre essa densidade de pensamentos e reavivar a memória do que pode ser tão inocente, tão vivo, tão impulsivo e tão genuíno. Madeline, uma adolescente que comemora 18 anos algures na narrativa, não sabe o que é viver no mundo exterior ao seu quarto. Não sabe o que é iludir-se, desiludir-se, sentir-se como se lhe tivessem tirado o chão debaixo dos pés ou como se a tivessem colocado numa máquina de lavar com centrifugação máxima. Não sabe, até ao dia em que se depara com Olly. 

A história está muito bem contada, a linguagem e o ritmo estão bem equilibrados. Há um problema em lermos estes livros quando já somos “mais crescidos”. Há muitas nuances, que nos livros são pormenores ou apenas faíscas para outros acontecimentos, que possivelmente gostávamos de ver mais desenvolvidos. E isso aconteceu-me muito com a história de Olly e mais tarde com a mãe de Maddie. Uma coisa é certa, Nicola Yoon foi exímia na descrição da evolução do turbilhão de sentimentos que Maddie foi descobrindo à medida que se intensificava o seu contacto com Olly. O formato adoptado, com registos de diários e outros apontamentos manuais, fazem diferença. Fazem-nos relembrar como é que nós mesmas/os agíamos quando nos apaixonámos pela primeira vez. Não tenho qualquer problema em recomendar este livro a quem procura algo leve, bonito e até algo ingénuo. Ah! Confirma-se: quem gosta de John Green vai certamente gostar deste livro. 

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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