não há areia que se mova por ti.
não há onda que rebente sem olhar atrás
sem adivinhar o que viveu.
há o balanço
interior e emocional
dos que partiram sem deixar rasto
e aquele que (não) ficou;
há a tua nova presença
da beleza que tem guiado os meus dias.
com toda a mudança,
tive tempo para me encontrar,
para sofrer e libertar,
para apaixonar e namorar
e desamigar.
de apenas desejar o amor e não a tristeza.
devia ter feito uma lista de resoluções de ano novo
só para riscar o que já concretizei.
gostava de, um dia, poder escrever uma música para ti.
ou que musicasses algum dos meus textos.
gostava que o teu abraço não fosse uma despedida
como se estivéssemos num aeroporto.
do inesperado.
para ti.
A fotografia foi tirada na Praia de Populo, São Miguel, Açores.
Ana Cláudia Silva