O Homem Que Sabia Contar
Malba Tahan
Editora: Editorial Presença
Sinopse: Pastor persa do século XIII, Beremiz Samir, exímio no exercício da arte de calcular, é o protagonista deste livro . O enredo ambienta-se no exotismo do Médio Oriente, mesclando aspetos da cultura islâmica, da herança grega e de outras grandes culturas, e reflete com fascinante realismo o clima filosófico, religioso e social da época. No universo narrativo encontramos curiosos problemas e enigmas matemáticos e lógicos, aparentemente complicados mas sempre iluminados pela simplicidade dos raciocínios que lhes proporcionam solução. A ação termina com a tomada de Bagdade pelos Mongóis, em 1258, marco histórico que assinala o fim da hegemonia árabe no Médio Oriente. O Homem Que Sabia Contar impôs-se como um verdadeiro clássico, uma espécie de As Mil e Uma Noites com várias e lúdicas aventuras dedicadas à Matemática, para aprendizagem e divertimento dos leitores de todas as idades, mas especialmente do público juvenil.
Opinião: Quando somos miúdos e começamos a aprender as letras e os números, rapidamente os números se tornam a parte mais intrincada para a maioria das crianças. Talvez porque a linguagem seja uma necessidade de primeira ordem, ler e escrever sempre se tornou mais fácil, pelo menos para uma maioria considerável, do que contar e brincar com operações aritméticas. Ao ler este livro, não consigo deixar de imaginar que as primeiras aulas de Matemática, quem sabe até bem perto do secundário, seriam muito mais interessantes se dadas num estilo narrativo como apresentado em O Homem Que Sabia Contar. Seja pela curiosidade dos números, pela cultura árabe, este livro ganha pela linguagem simples e cativante. Malba Tahan consegue a proeza de cativar miúdos e graúdos com os problemas matemáticos que coloca, surgindo sempre através de um qualquer desafio ou conflito por parte de outros com que se vai cruzando. Achei muito curiosa a pequena história de amor que se vai tecendo, sendo que o desafio final faz com que fiquemos um pouco de coração nas mãos. Não me vou alongar muito mais na opinião porque honestamente o livro é de facto simples e bonito, e é também isso que faz dele tão bom. As personagens são cativantes e curiosas, ficamos mais cultos em relação aos rituais islâmicos, ficamos mais cultos ao que a matemática e ginástica de raciocínio diz respeito… Fica recomendado!