[Diário de Bordo] Riding Pânico apresentaram “Rabo de Cavalo” no Musicbox Lisboa

Fotografias por Nuno Capela

Não me consigo recordar bem quando é que descobri os Riding Pânico. No entanto, recordo-me bem da sensação que tive ao vê-los pela primeira vez. Não é novidade para ninguém neste blogue que sou uma pessoa que sente muito a música ao vivo. Mais do que em casa, ou no carro, ou em qualquer outro lugar “ambulante”. Trata-se de algo puramente energético. Às vezes há discos que ouvimos e parecemos delirar com eles, mas que ao vivo parecem até ficar estranhos, parecem não ser a mesma coisa. Depois temos o outro lado. Discos que ouvimos em casa e gostamos imenso, mas que ao vivo fazem corar o que ficou gravado. E com isto não quero diminuir, de forma alguma, o trabalho de produção e execução do disco, quero antes enaltecer a capacidade que os músicos têm de dar uma forma ainda mais física e  dimensional à música. Os Riding Pânico, mesmo com todas as mudanças de formação ao longo dos anos, têm sido uma destas bandas.

Rabo de Cavalo é, a meu ver, um disco que ao início se estranha, mas que depois se entranha. Penso que poderão concordar que está bastante diferente dos registos anteriores, daí o estranhar. No meu caso o entranhar chegou depois de os ver ao vivo. Normalmente quando um disco estreia, com concerto de apresentação em data próxima e comigo a ter planos de ir, poucas vezes o ouço. Sim, é verdade. Poucas vezes o ouço porque se vou ter a oportunidade de o ver ao vivo, quero depois transportar essa vivência para futuras audições. E os seis músicos em palco fizeram bem o seu trabalho. Sendo uma banda que não tem tocado com muita frequência, e ainda para mais sendo um concerto de apresentação, foi natural assistir a um crescendo de familiaridade e conforto em palco. Confesso, acho que tem o seu quê de fascinante seis músicos que me parecem tão diferentes uns dos outros, conseguirem partilhar e transmitir tanta harmonia, mesmo entre todas as dissonâncias. O comprometimento com cada instrumento é visceral, mas a forma como também se procuram uns aos outros para distribuírem a sua força, entusiasmo, calma ou euforia, é o que faz dos Riding Pânico uma banda de referência.

O alinhamento foi o que seria de esperar, músicas novas, intervaladas de outras mais familiares. Testemunhámos que há espaço para tudo. Para sons muito perto do pós-rock, para outros mais crus, diria que alguns até são mais “tropicais”. Existe ali uma linha irreverente, serpenteante, que marca o compasso em vários temas. A verdade é que os Riding Pânico se tornaram neste “monstro” – no bom sentido – mutável que se tem metamorfoseado não só com as vivências de quem se vai mantendo ao longo dos anos, mas também com os novos contributos de novos elementos que se têm juntado. Neste momento os Riding Pânico são: Fábio Jevelim, Makoto Yagyu, Miguel Abelaira, João Nogueira, João Pereira e José Penacho. Facilmente reconhecerão estes nomes de outros projectos. Foi uma noite muito bonita, direita ao que interessa, sem encores, mas com muita gratidão de ambas as partes – banda e fãs, que agora só querem saber de novas datas. Foi uma bela forma de me despedir de Portugal por uns tempos. Obrigada, Riding Pânico! 

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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