[Diário de Bordo] Os Anjos Também Cantam

Este 2017 está a dar cabo de mim no que diz respeito a trabalho. É trabalho de manhã à noite e se ontem me deitei quando já não conseguia olhar mais para os servidores, hoje acordei de olhos postos nos mesmos e, enquanto espero por mais resultados, estes mais demorados, decidi resgatar um disco ao qual tive acesso já em Janeiro – Os Anjos Também Cantam, de Galo Cant’Às Duas. Eles já estiveram em Lisboa entretanto, mas infelizmente não consegui ainda ir vê-los ao vivo. Uma pena, porque bastaram os primeiros acordes, agora mesmo, de Marcha dos que Voam para me lembrar do porquê de ter andado semanas consecutivas a ouvir este disco. Podem ler tudo sobre o duo e sobre o single de estreia aqui, mas surgiu-me a ânsia de ter aqui um post só para eles. 

Existe algo de muito visceral nas composições do Gonçalo e do Hugo. Se o tema com que lançaram o disco é forte – Marcha dos que Voam – eu chego ao segundo tema – Respira – e fico sem respiração. Não sei. Há algo de muito melancólico naquele início, algo que se me entranha nas veias e na respiração. Uma espécie de sufoco contido. Depois as melodias vão ficando mais compostas, mais complexas, ainda que suavemente, até que parece que me vejo numa corrida desenfreada para expurgar algo. E depois parece que há a necessidade de parar abruptamente e voltar ao estado contemplativo. Só que também este estado é temporário. Chega a uma altura em que o roçar nas cordas é arrepiante, algo entre o belo e o sofrido. Talvez por aqui perceba que os anjos também cantem. Mas vou parar com isto. Não me liguem, há músicas que mexem tanto comigo que por mais que queira montar cenários credíveis não consigo. E podia continuar aqui a deambular e a criar narrativas infinitas, tantas são as possibilidades. Uma coisa é certa, estes rapazes sabem bem como mexer com instrumentos de corda, distorções e como tirar de uma bateria o poder ideal para impulsionar esses sons. O disco conta ainda com Processo Entre Viagens e Partícula, este último o meu segundo tema preferido, quanto mais não seja porque sou louca por temas que têm um baixo claramente demarcado. 

Resumindo: é um disco que fica tanto na memória como no coração e o universo é um lugar sortudo por ter uma espécie de reflexo primevo nestas canções.

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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