Quando Tu Voltaste
Maria Realf
Editora: Editorial Planeta
Sinopse: Lizzie Sparkles devia ser a rapariga mais feliz do mundo… está a três meses de se casar com quem acha ser o Tal, no casamento dos seus sonhos! Passou os últimos três meses em êxtase. Mas, um fim-de-semana quando está a experimentar o vestido de noiva recebe notícias perturbadoras: o amor do passado regressa à sua vida como uma bomba! Depressa percebe que estas notícias ameaçam atrapalhar e eliminar os seus planos tão cuidadosamente elaborados. O regresso inesperado de Alex muda tudo e Lizzie enfrenta um dilema impossível. Como poderá esquecer o passado, quando se depara com ele… e lhe pede mais uma oportunidade? E é forçada a fazer uma escolha que mudará a sua vida para sempre. Uma história de amor comovedora e inesquecível, uma leitura emotiva, que não deixará os leitores indiferentes.
OPINIÃO: Nunca me tinha chegado a casa um livro cuja primeira página tinha, na sua impressão original, uma dedicatória com o meu nome. A Editorial Planeta fez um trabalho fabuloso de promoção de Quanto Tu Voltaste e foi impossível não me sentir, de certa forma, especial. Comecei a leitura com bastante entusiasmo e muito curiosa. O formato do romance está bem conseguido, no sentido em que cada capítulo alterna entre o presente e o passado da protagonista, deixando-nos sempre com imensas questões, resultando numa leitura compulsiva. Não obstante deste virar de páginas intenso, lamento o rumo que a história tomou. Confesso que antes de começar a escrever este texto senti-me uma pequena traidora. Afinal vinha-me dedicado, a maioria das opiniões são extremamente positivas, mas eu senti-me um pouco defraudada. Nos últimos capítulos do livro já adivinhava tudo ao pormenor do que ia acontecer e não pelas melhores razões – foi tudo um grande clichê. Se há quem se comova com este formato mais tradicional, tal não é o meu caso pois acho que o romance tinha tudo para se tornar brutalmente comovente e forte no impacto no leitor. Tal não aconteceu comigo. Passo a explicar.
Lizzie Sparkles é uma protagonista com quem é fácil ganhar empatia. Teve um primeiro grande amor, em que tudo era intenso, mas também familiar. Não era só uma questão do romance, havia também uma grande proximidade com a família. Quando a conhecemos no tempo presente está prestes a casar, porém não com esse primeiro amor, mas com um outro. Alguém que a complementa, que lhe dá espaço, que cuida de si e dos seus interesses. Da sua vida passada não há rasto a não ser quando lhe contam que “o Tal” está de volta à cidade. É neste contraste que vamos então seguindo os preparativos do casamento enquanto conhecemos todos os pormenores daquela relação cujas emoções voltam agora para a atormentar. Emoções essas que ficaram ainda mais inflamadas quando descobre as verdadeiras razões sobre este regresso.
Como disse anteriormente, a nível de estrutura e de ritmo o livro está muito bem conseguido. Por todas as dúvidas e expectativas que são criadas, o leitor vê-se completamente agarrado à história. Colocamo-nos na pele de Lizzie, quem sabe recordamos Aquele primeiro amor e estabelecemos uma empatia muito grande com ela. Sofremos com ela. Comigo isso só aconteceu até certa altura. Não tanto pelo desfecho, mas pelo caminho tão directo e previsível do mesmo. Dito isto, para quem for amante de um romance tradicional, certamente encontrará aqui uma leitura viciante e comovente, com um pequeno toque de tragédia.