O Pedro Melo Alves é das pessoas mais talentosas que já conheci. Tem em si tantos mundos que parece não haver projectos suficientes na sua vida que consigam escoar toda a sua criatividade. Em cada um desses projectos descobrimos um Pedro diferente. Cada um tem uma variante da sua energia, sensibilidade e vibração, mas no fundo todos partilham a familiaridade e reconhecimento da sua performance como um ser cuja personalidade e vida própria se destaca dos demais. O Pedro consegue evocar em si mesmo seres mitológicos e consegue transportar-nos para lugares que não cabem na nossa realidade, mas que nos agitam e reconfortam ao mesmo tempo. Sempre que vejo o Pedro tocar, a solo ou em banda, dá-se sempre uma altura em que me sinto tão perturbada quanto fascinada. Existe esta inquietação que transborda perguntas e respostas, que nos faz olhar para dentro, mas também à nossa volta. É toda uma experiência sensorial que não tem de ser completamente harmoniosa e por isso mesmo talvez se torne tão admirável. Brevemente entra em tour com um dos seus proejctos – Omniae Ensemble. Se ainda não conhecem nada do Pedro ou dos seus projectos, deixo-vos com a press release oficial e links para explorarem mais o que ele faz. Da minha parte, está mais do que recomendado.
“Omniae Ensemble, o septeto de jazz avant-gard liderado por Pedro Melo Alves e destacado em 2017 como grupo nacional do ano na jazz.pt, anuncia agora 4 datas para Setembro de 2018. Depois da edição do disco de estreia “Omniae Ensemble” (Nischo Records) no contexto do Prémio de Composição Bernardo Sassetti de 2016 promovido pela parceria Associação Sons da Lusofonia/Portugal em Jazz, o Ensemble vai-se apresentar em palco um ano depois com o repertório original de Pedro Melo Alves e os arranjos da sua autoria da música de Sassetti.
O septeto, além de Pedro Melo Alves na bateria, é composto por músicos activos da nova geração da música improvisada portuense com José Soares no saxofone, Gileno Santana no trompete, Xavi Sousa no trombone, José Diogo Martins no piano, Luís Eurico Costa na guitarra (a substituir Mané Fernandes da formação original) e Filipe Louro no contrabaixo – o último com quem Melo Alves integra The Rite of Trio que tocou este mês no Jazz em Agosto.
Os concertos passarão pelo Salão Brazil em Coimbra a 12 de Setembro, pela Casa da Música no Porto a 13 de Setembro, pela SMUP em Lisboa a 14 de Setembro e pelo Centro Cultural de Belém em Lisboa a 15 de Setembro com um showcase integrado na European Jazz Conference. Esta conferência, organizada pela European Jazz Network em parceria com a Associação Sons da Lusofonia e o Centro Cultural de Belém, visa promover todos os anos os novos artistas de jazz do país hospedeiro, apresentando-os aos programadores e profissionais da área de toda a Europa, com showcases, palestras e workshops. Decorrerá este ano em Lisboa, no Centro Cultural de Belém, de 13 a 16 de Setembro.”
A originalidade e excelência da composição de Pedro Melo Alves, aliada à qualidade interpretativa do grupo, faz deste registo um notável marco para o jazz português, uma referência para a música contemporânea de horizontes largos, música arrojada, aberta e aventureira.
Nuno Catarino, Público
Mais Informações:
• Site: https://www.pedromeloalves.com/
• Bandcamp: https://omniaeensemble.bandcamp.com/releases
• Nischo: https://nischo.com/omniaeensemble/
• Entrevista para a Jazz.pt: https://jazz.pt/entrevista/2018/07/27/uma-dimensao-humana/
• Artigo no Diário de Notícias: https://www.dn.pt/artes/interior/a-festa-do-jazz-mudou-a-vida-depedro-melo-alves-8683567.html