Queridos leitores,
Desde que me mudei para os EUA que muito tem acontecido. Desde que regressei no início de Fevereiro que muito tem sido uma montanha russa. Desde ter que habitar um apartamento novo completamente vazio, ter ficado doente durante mais de uma semana, e agora a pandemia com o coronavirus. O blogue foi ficando para trás porque estar ligada a Portugal é um exercício de resistência e de superação da saudade. Estar sozinha no outro lado do mundo na perseguição do que acho ser relevante para o meu papel enquanto cientista tem o seu preço. E agora com o isolamento, fronteiras cortadas, etc., esse buraco abre-se ainda mais. No entanto, talvez também seja a hora de nos aproximarmos mais (virtualmente, obviamente), de alcançarmos todos aqueles que mais gostamos, de sermos um pouco mais humanos com todos aqueles que poderão estar em situações difíceis.
Talvez seja também a desculpa perfeita para me aproximar novamente de vós, os resistentes que ainda estão por aqui, e voltarmos a trocar pensamentos, opiniões, algo que amenize o facto de as nossas vidas estarem com uma disrupção sem precedentes.
Não alimentem informação não fundamentada pela ciência. Não entrem em pânico.
Sejam conscientes, lavem as mãos, não toquem na vossa cara enquanto andam na rua sem terem as mãos desinfectadas, evitem qualquer contacto social em massa e lembrem-se sempre que estamos todos no mesmo barco. E por favor, não assaltem os supermercados a comprar tudo em desespero. Lembrem-se que outros poderão precisar. Será mais fácil manter uma situação mais estável se todos cooperarmos.
Com muito amor e solidariedade de um país que obviamente não está a fazer o que devia. Não sejam iguais. Até já 🙂