Um desses amanheceres mais nublados. Um pouco como me sinto agora. Stormy |
Vinte e quatro horas. Faltam pouco mais de vinte e quatro horas para o sufoco acabar. Não me admira que ande a ver cada vez pior. São múltiplos ecrãs com múltiplas linhas de comandos, gerações de gráficos, escritas de texto. Tudo pela ciência. Tudo pela tentativa de perceber fenómenos da nossa natureza. E se eu vos dissesse que é possível que num modelo evolutivo sem parâmetro de selecção, o fenómeno de “selecção natural” é na mesma possível de ocorrer como consequência natural de taxas de mutação e recombinação aliadas a uma rede de contactos? Por norma, quando se tenta simular um modelo biológico assume-se que se tratam de populações bem misturadas, em que todos podem interagir com todos. Mas é sabido, está mais do que provado, que na vida real os sistemas mostram formas complexas Quando fui à Finlândia apresentei uma ferramenta para simulações em larga-escala num ambiente de computação distribuída e de que forma é que estas simulações podiam escalar, etc. etc. Era uma conferência virada para a computação, mais propriamente para paralelização de problemas bioinformáticos. O paper foi considerado um dos melhores da conferência e foi convidado a ser estendido para um Journal Q1 (quartil máximo). Aqui estamos a acrescentar avaliação biológica. Fazendo variar taxas de mutação e recombinação, sem parâmetro de selecção, e fazendo variar uma rede de contactos em que permitimos que indivíduos migrem de população para população, conseguimos observar vários fenómenos curiosos. E eu estou tão entusiasmada em relação a isto como esgotada. Têm sido várias as componentes integrativas do projecto e mesmo com a ajuda dos meus co-autores às vezes sinto-me à beira do colapso. Estamos todos na recta final. Se vejo isto entregue nem acredito que é verdade! Para além disto, continuo a dar aulas no Técnico e ainda a organizar, dentro do possível e com uma lentidão dolorosa, o próximo aniversário do blogue.
Em termos de livros, não tenho conseguido ler praticamente nada 🙁
Em termos de concertos, estou a dever a reportagem do concerto MARAVILHOSO de Lamb, na passada Terça-feira. Falta-me também escrever, mas para o blogue, sobre o concerto LINDÍSSIMO do André Barros com Myrra Rós, precisamente há uma semana no CCB. Bem dizia Álvaro de Campos “Fecho a antologia mais cansado que o mundo.”