45 Dias de Desafio Literário: Dia 21 – Melhor citação (descrição)

Acho que ao longo do desafio se tornou claro que a saga de sevewaters me marcou de forma incontornável. O nome do blog ‘Bran Morrighan’ tem inclusivé, em parte, origem nestes livros. E também porque todas as histórias mitológicas de Bran estão relacionadas com corvos e o corvo é o símbolo da minha deusa, Morrighan. Por isso aqui fica a descrição da personagem Bran, do livro ‘O Filho das Sombras’, aos olhos de Liadan, uma das personagens femininas mais fortes e com mais carácter que encontrei até hoje na literatura fantástica.

“This was a face such as I had never seen before, even in the most fanciful of dreams, a face that was, in its way, a work of art. For it was light and dark, night and day, this world and the Otherworld. On the left side, the face of a youngish man, the skin weathered but fair, the eye gray and clear, the mouth well formed if unyielding in character. On all the right side, extending from an undrawn mark down the exact center, an etching of line and curve and feathery pattern, like the mask of some fierce bird of prey. An eagle? A goshawk? No, it was, I thought, a raven, even as far as the circles about the eye and the suggestion of predatory beak around the nostril. The mark of the raven. If I had not been so frightened, I might have laughed at the irony of it. The pattern extended down his neck and under the border of his leather jerkin and the linen shirt he wore beneath it. His head was completely shaven, and the skull, too, was colored the same, half-man, half-wild creature; some great artist of the inks and needle had wrought this over many days, and I imagined the pain must have been considerable.” Juliet Marillier em O Filho das Sombras (retirado do Goodreads.com)

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2 Comentários
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Mr. Nonsense
Mr. Nonsense
12 anos atrás

A mamã costumava dizer-lhe que tinha muita pena. As pessoas tinham andado a trabalhar durante tantos anos para fazer do mundo um sítio organizado e seguro. Ninguém percebera como ele se iria tornar aborrecido. Com todo o mundo dividido em propriedades, com os limites de velocidade e as divisões por zonas, com tudo regulado e tributado, com todas as pessoas analisadas e recenseadas e rotuladas e registadas. Ninguém tinha deixado muito espaço para a aventura, exceptuando, talvez, a do género que se pode comprar. Numa montanha-russa. Num cinema. No entanto, isso seria sempre uma excitação falsa. Sabes que os dinossauros não vão comer os míudos. Os referendos recusaram com os seus votos qualquer hipótese de um desastre falso ainda maior. E porque não existe a possibilidade de um desastre verdadeiro, ficamos sem nenhuma hipótese de termos uma salvação verdadeira. Entusiasmo verdadeiro. Excitação a sério. Alegria. Descoberta. Invenção.
As leis que nos dão segurança, estas mesmas leis condenam-nos ao aborrecimento. Sem acesso ao verdadeiro caos, nunca teremos paz verdadeira.

A não ser que tudo possa ficar pior, nunca poderá ficar melhor.
Isto eram tudo coisas que a mamã lhe costumava dizer.
E dizia-lhe mais:
– A única fronteira que ainda tens é o mundo dos intangíveis, tudo o resto está demasiado controlado.
Aprisionado dentro de demasiadas leis.
Por intangíveis ela quer dizer a Internet, os filmes, a música, as histórias, a arte, os boatos, os programas de computador, tudo o que não é real. Realidades virtuais. Coisas imaginadas. A cultura.
O irreal é mais poderoso que o real.
Porque nada é tão perfeito como tu és capaz de imaginar.
Porque são só as ideias intangíveis, conceitos, crenças, fantasias que duram. A pedra esfarela-se. A madeira apodrece. As pessoas, bem, essas morrem.
Mas coisas tão frágeis como um pensamento, um sonho, uma lenda, essas continuam para sempre.
Se conseguires mudar a maneira como as pessoas pensam, dizia ela. A maneira como elas se vêem a si próprias. A maneira como vêem o mundo. Se fizeres isso, consegues mudar a maneira como as pessoas vivem as suas vidas. E isso é a única coisa duradoura que podes criar.

Chuck Palahniuk, in 'Asfixia'

Morrighan
Morrighan
12 anos atrás

Mr. Nonsense, obrigada pela partilha. Aí está uma citação muito boa.

Awen 🙂

  • Sobre

    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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