Os Escolhidos (Apocalipse #1)
Pedro Pereira
Editora: Chiado Editora
Sinopse: “Tinham-se passado talvez mais de duzentos anos desde que Samuel R. Hawkins escrevera a sua famosa carta ao filho, encarregando-o de procurar os Escolhidos. Desde então, a carta passara de geração em geração, juntamente com a missão a que esta se referia. Com o passar do tempo, a carta escrita por volta do ano de 2050 acabou por chegar às mãos de Roger. De quarenta e sete anos, tratava-se de um homem inteligente e culto, e procurava os Escolhidos há já duas décadas.”
Num futuro próximo, o mundo será habitado por demónios que serão libertados na Terra. Sendo incapaz de combater os seres demoníacos, a humanidade viu-se obrigada a começar a viver em bunkers, uma vez que as suas vilas e cidades eram constantemente arrasadas por demónios e as populações brutalmente chacinadas. É neste cenário apocalíptico – uma civilização humana quase destruída e um clima de terror – que se desenrola a acção. Roger Hawkins, um estudioso inglês de quarenta e sete anos, tem como missão encontrar os quatro Escolhidos, os únicos capazes de salvar a humanidade da morte certa e livrar o mundo dos demónios.
Opinião: ‘Os Escolhidos’ é o livro de estreia de Pedro Pereira no mundo literário. A história passa-se num ambiente pós-apocalíptico em que os habitantes vivem em bunkers e não existe segurança nenhuma à superfície.
Roger Hawkins, o último descendente encarregue de encontrar os Escolhidos, sente-se cansado de andar às voltas em pensamentos e manuscritos sem nunca conseguir descobrir uma única pista sobre eles. É então que é visitado por um ser luminoso, que lhe cita uma frase enigmática com supostas pistas sobre o paradeiro destes.
Os Escolhidos são quatro e representam os quatro elementos da vida: Terra, Ar, Fogo e Água. E é através de acontecimentos imprevistos que estes se vão juntando a Roger e vão tentando combater os demónios que existem. Sobre a história não vou falar mais, até porque o livro é pequenino, mas gostei da forma como o autor concebeu a estrutura da história e de certa forma ‘brincou’ com os elementos da natureza. É um ponto bastante positivo.
Quanto à escrita do Pedro, gostei. É bastante simples, mas correcta, embora por vezes peque na mistura da terceira pessoa com a primeira a meio de um parágrafo. Talvez se tivesse colocado em itálico alguns dos pensamentos, talvez fosse menos confuso. Sinceramente é de uma leitura bastante fácil o que faz com que o autor não se canse.
Em relação à história, já falei um pouco sobre ela e, apesar de ter gostado da ideia e da estrutura, achei que se o livro tivesse o dobro das páginas (só tem 95) não lhe tinha feito mal nenhum. Há acontecimentos que se passam demasiado depressa, batalhas que duram meia dúzia de linhas e, dado ter tanto por onde pegar por haver tantas lutas entre Elementos da Natureza, era de esperar que o autor desenvolvesse mais e fizesse com que o desenrolar da história ficasse mais sólido. Os acontecimentos finais passam-se num ápice! Não chegamos a tremer pelas nossas personagens porque fica demasiado previsível o que vai acontecer, dado o tratamento que o autor deu aos eventos passados.
Sou da opinião que o Pedro tem muito por onde evoluir. Basta ter um pouco mais de calma no ritmo da sua história. Não acho que deva ‘encher chouriços’ só para ter mais páginas, mas pode, sem dúvida, expandir mais algumas partes para criar mais suspense e assim prender muito mais o leitor. Penso que mesmo assim é um bom ponto de partida. Em breve lerei o segundo livro ‘O Despertar’.
parece um livro nointeressante 🙂