Viva! Depois de uma feira do livro muito intensa em termos de interacções com autores, reservei uma entrevista fresquinha com a autora Luisa Fortes da Cunha que recentemente esteve em ‘digressão’ pelos EUA a apresentar a Teodora a lusodescentes. Fiquemos então com as novidades que a autora tem para nos contar e com a informação da sua mais recente aventura.
“Olá novamente Luisa! Depois da última entrevista, que foi um autêntico sucesso, lançaste mais um livro da Teodora. Fala-nos um pouco sobre esta nova aventura.”
A nova aventura da Teodora vai dar a conhecer a saga de um português que a nossa história não conta e que é considerado um herói no Brasil, Bolívia e Perú. De seu nome Aleixo Garcia, foi o primeiro branco a ter contacto com a civilização Inca e a ele se deve a descoberta do Perú (e não a Pizarro como conta a história universal). Aleixo Garcia chegou ao Perú dez anos antes de Pizarro (a saga de Aleixo Garcia é fascinante).
Mas as revelações não ficam por aqui e nesta aventura vamos perceber como se pensa que Bartolomeu de Gusmão chegou à invenção da sua Passarola (tem a mão dos Incas) e como perdemos a patente para os irmãos Montgolfier (O Papa Clemente VII mandou guardar os planos do invento no arquivo do Vaticano ficando esquecido durante 50 anos. O tempo suficiente para que os irmãos Montgolfier apresentassem o seu balão de ar quente muito mais rudimentar que a passarola).
Por fim vou revelar onde se encontra a cidade de ouro, a cidade perdida dos Incas. Também neste caso, um Papa guardou o mapa da localização desta cidade no arquivo secreto do Vaticano.
“Para além de novo livro, alguns andam a aparecer de cara lavada com novas capas! Num futuro próximo todos terão essas capas novas? Porquê essa mudança?”
Sim, é verdade. Passados dez anos a Editora achou que a coleção devia ter umas capas menos infantis e mais realistas e juvenis. Assim, conforme as edições dos livros forem esgotando serão feitas novas capas. Neste momento já temos três capas novas e brevemente mais uma capa será produzida.
“Recentemente andaste em escolas pelos Estados Unidos e Canadá. Enquanto escritora portuguesa, como é que viveste essa experiência e qual a sensação de levar a Teodora além-mar?”
Foi uma experiência muito enriquecedora. Apresentei a Teodora aos jovens luso-descendentes e também a jovens americanos e canadianos. A recetividade não podia ter sido melhor. O contacto direto com uma escritora é algo que não existe muito nos Estados Unidos nem no Canadá, por isso a minha ida às escolas foi muito importante para estes jovens.
“Como é que a Teodora é recebida lá fora? Estará para breve uma edição americana da namorada portuguesa do Harry Potter?”
A Teodora foi tão bem recebida que uma das perguntas recorrentes dos jovens foi: “quando vamos ter a Teodora editada nos EUA e no Canadá?”. Muitos professores comentaram que é o tipo de aventuras da Teodora que os próprios jovens americanos gostam. Eles acreditam que no dia em que os livros estiverem editados em inglês serão um sucesso. Por isso, os próximos meses serão cruciais para edição americana da Teodora.
Não posso deixar de realçar a fantástica notícia que o jornal americano Herald Tribune News escreveu sobre a Teodora. O jornalista assistiu à minha apresentação numa escola que visitei. Foi sem dúvida uma excelente notícia: http://www.heraldnews.com/news/x1221873395/Portuguese-author-visits-Durfee-to-discuss-Teodora-a-Harry-Potter-like-series
“O teu trabalho de divulgação e até mesmo a tua capacidade de conseguir explorar mercados internacionais têm sido notáveis. São poucos os autores portugueses que o conseguem. Quão gratificante tem sido para ti este processo?”
Explorar novos mercados internacionais é um verdadeiro desafio porque não é nada fácil conseguir que prestem atenção ao nosso trabalho. O mercado editorial está muito mais atento aos autores anglo-saxónicos do que a um português. Receber respostas negativas é constante mas um pensamento positivo é fundamental para continuarmos a lutar pelo nosso sonho. Não sou pessoa de desistir. Na minha vida tudo tem acontecido de forma interessante, isto é, sempre que algo não corre como o esperado a seguir acontece uma coisa muito melhor.
“O que é que nos espera num futuro próximo em termos de projetos?”
Em termos de produção literária a Teodora vai continuar aparecer com novas aventuras.
Por outro lado tenho mais alguns convites para me deslocar a alguns países no próximo ano letivo com o objetivo de visitar escolas onde se aprende/ensina português.
Tenho também outros projetos literários, mas só poderei pegar neles quando tiver algum tempo disponível.
“Para terminar, que conselhos é que dás a outros autores para que possam lutar por um lugar no mercado editorial que tu tão bem conquistaste?”
A primeira coisa a fazer é tentar perceber que editora publicaria o meu livro. De nada serve enviar um livro policial para uma editora que não publica esse tipo de literatura. Portanto é fundamental procurar a editora certa para o nosso livro. Depois deve escrever uma carta sucinta mas que aguce o apetite ao editor que a vá ler (foi isto que eu fiz).
Parece que deu resultado, pois eu enviei o fax (há dez anos ainda se usava muito o fax) com a carta para a Editorial Presença numa quinta-feira à tarde e na sexta-feira estavam a telefonar-me para casa a pedir o livro, pois tinham ficado curiosos com o que eu dizia na carta. Daí até à edição foi um passo.
A mais recente aventura de Teodora com nova imagem! |
Obrigada Luisa por mais uma excelente entrevista e pelo teu carinho ao longo deste tempo. Tudo de bom!
Para lerem a primeira entrevista da autora ao blog Morrighan, basta consultarem o link: http://branmorrighan.blogspot.pt/2012/01/entrevista-luisa-fortes-da-cunha.html