As Brumas de Avalon – A Rainha Suprema Vol. 2
Marion Zimmer Bradley
Editora: Saida de Emergência
Coleção: BANG
Sinopse: A misteriosa Morgaine é meia-irmã de Artur e grã-sacerdotisa da brumosa Avalon, terra encantada onde o verdadeiro conhecimento é preservado para os vindouros. Para Morgaine existe um objetivo fundamental: afastar a Bretanha da nova religião que vê a mulher como portadora do pecado original. A bela rainha Gwenhwyfar jurou fidelidade ao rei Artur, o Rei Supremo, mas não consegue esquecer a paixão que sente por Lancelot, exímio cavaleiro e melhor amigo de Artur. Quando o seu dever de concebe um herdeiro para o trono falha, Gwenhwyfar convence-se de que é vítima de um castigo divino e entrega-se de corpo e alma à religião de Cristo. As hostilidades aumentam inevitavelmente entre ambas as mulheres que detém o poder em Avalon e Camelot. Conseguirá Artur conciliar dois mundos antagonistas sob os estandartes reais e resistir aos Saxões? Se Morgaine tudo fará para proteger a sua herança matriarcal e desafiar a nova religião que cresce, já Gwenhwyfar não hesitará em persuadir Artur a trair os seus juramentos…
Opinião: A Rainha Suprema é o segundo volume da estrondosa obra ‘As Brumas de Avalon’. Após a coroação de Artur, este não tem um momento de descanso. É preciso planear, proteger, treinar e fazer de tudo o que esteja ao seu alcance para que o seu povo possa viver em paz. Enquanto isso, o mundo vai sofrendo uma transformação. Começa de forma subtil com a chegada da nova religião, mas rapidamente costumes começam a ser mudados, crenças começam a ser reprimidas e há muito pouco que alguém possa fazer para mudar o curso dos acontecimentos.
Morgaine, irmã de Artur e sacerdotisa dos antigos costumes, vai assistindo, de forma inconformada, ao que se vai passando na corte de Artur. Gwen é incapaz de conceber um herdeiro e começa a ser mais que evidente que a rainha não resiste aos encantos do melhor amigo do seu rei. Enquanto aia da rainha, Morgaine fica farta de sentir que não pertence ali. Decide partir então partir com destino incerto. Quando volta, nada está igual.
É neste volume que Camelot começa a ganhar forma. A guerra com os Saxões obriga Artur a mudar de estratégia e de local de abrigo. É para lá que é então levada a famosa Tábula Redonda e começam a surgir os famosos concílios do rei.
É um livro cuja leitura passa a correr. A autora tem o poder de nos agarrar e de nos levar a deambular pela lenda arturiana. Contém também uma parte da história que nos faz ferver o sangue. Quando Gwen começa a desafiar os deuses obrigando Artur a optar apenas pela religião cristã, sentimo-nos impelidos a odiá-la. Ela que tanto prega a doutrina e que no entanto só pensa que talvez as ‘bruxas’ de Avalon lhe pudessem arranjar um conjuro para que ela conseguisse dar um herdeiro ao rei. Este cinismo espelha bastante bem o que se passa ainda hoje e do é que o desespero pode provocar nas pessoas.
Sem dúvida um livro que poderá mexer bastante com um leitor sensível a estas temáticas ou até meramente romântico. Gostei bastante e fico à espero do próximo volume ansiosamente.