Opinião: ‘Os Portões’ de John Connolly

Os Portões

John Connolly

Editora: Bertrand

Sinopse: O jovem Samuel Johnson e o seu cão, Boswell, estão a tentar mostrar iniciativa quando começam a pedir «doçura ou travessura» três dias antes do Halloween, e é assim que são testemunhas de coisas esquisitas que acontecem no n.º 666 da Crowley Avenue. Os Abernathys andam a fazer olhinhos ao submundo, tudo sem más intenções, mas, quando sem querer evocam o próprio Satanás, criam um abismo no Universo através do qual se conseguem ver dois enormes portões. São os portões do Inferno. E há umas criaturas bastante medonhas que estão mortinhas por sair…

Agora, o destino da humanidade está nas mãos de um miúdo pequeno, um cão mais pequeno ainda e um demónio muito azarado chamado Nurd…

Opinião: Os Portões é a segunda obra que leio de John Connolly e está escrita num registo tão diferente de Os Amantes que fiquei deveras surpreendida com a versatilidade do autor. Enquanto Os Amantes é uma leitura para adultos, mais pesada e séria, Os Portões está escrito num registo mais juvenil e por isso mais direccionado para adolescentes/jovens/adultos.

Samuel é um rapazinho extremamente inteligente. Quem é que se lembraria de numa aula, em que é suposto se mostrar algo criativo, aparecer com um alfinete e começar a divagar com a teoria de quantos anjos podem estar na cabeça deste?

Quando passa pela casa da sua vizinha e vê que as pessoas lá dentro começam a mudar de forma, para além de ouvi-los dizer que o portal está finalmente a ser aberto, depressa se apercebe que nunca ninguém lhe irá dar ouvidos quando relatar o que está a presenciar.

Enquanto isso, na Terra do Nada, Nurd, um demónio, começa a sentir uns formigueiros estranhos na pele até que de repente se vê no meio de um mundo cheio de cores. Pena que é logo aspirado para dentro de um aspirador, voltando à Terra do Nada. Quando volta a sentir outro formigueiro, vai parar a meio de uma estrada e… bem, o resultado é que leva com um carro em cima e é recambiado novamente para a Terra do Nada. Quantas mais vezes terá ele semelhantes azares?

Ao mesmo tempo, a senhora Abernathy vai soltando mais demónios e ficando cada vez mais enfurecida com Samuel. Como é que um rapazinho pode fazer frente e até vencer os seus demónios?

Para ajudar à estranheza desta situação toda, no CERN, o acelerador de partículas tem funcionado de maneira muito peculiar tendo ocorrido mesmo fenómenos anormais. O sistema reescreveu-se e de alguma forma deixou de funcionar. De que forma estará isto relacionado com o portal aberto na casa dos Abernathys? De que maneira poderá Samuel, Nurd e os restantes resolver estes problemas? Será possível resolvê-los sequer?

Numa miscelânea de elementos surpreendentemente engraçados e intrigantes, o autor consegue prender-nos à leitura de forma bastante hilariante. A ironia patente na sua escrita e as notas de rodapé geniais tornam toda esta aventura bastante divertida e ainda conseguimos dar umas valentes gargalhadas. Gostei.

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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