“Tenho saudades tuas, como poderia não ter? Foste tu quem me descobriu em primeiro lugar. Foste tu quem realmente viu todas as partes que constituem o meu ser, todas as minhas manias, toda a minha complexidade e ainda assim ficaste a meu lado. Não foi algo platónico, abrasador, que me tivesse deixado louca, mas foi antes algo que cresceu a um ritmo de combustão lento, porém delicioso. Talvez os romances e relações que começam sem aquele desespero, aquela necessidade do outro para conseguir respirar, estejam destinados a falhar. Talvez, seja qual for a razão que o universo tem para nos fazer destas coisas, não passe de um marco no caminho que temos de percorrer na aceitação de quem somos e de como os outros nos vêem. Ainda assim, tenho saudades tuas. Foste meu amigo, meu companheiro e amante, foste a barreira entre mim e todas as coisas de que achavas que me conseguias proteger. A vida continua, cada um para seu lado, foi assim que o destino ditou. Não importa, guardo a recordação do que fomos, mas está na hora de ser mais.”
Morrighan