Opinião: Gata Branca (The Curse Workers #1), de Holy Black

Gata Branca

Holy Black

Editora: Editorial Presença

Sinopse: Cassel Sharpe é um jovem de dezassete anos que deseja ter uma vida normal. Mas quando se nasce numa família com uma forte tradição em manipulação de maldições a normalidade não é algo fácil de alcançar. Cassel vive ensombrado pela ameaça de, a qualquer momento, os poderes maléficos que correm na sua família se manifestarem também em si. Por diversas vezes, a sua vida é posta em risco quando, em sucessivos episódios de sonambulismo, passeia pelos telhados do colégio interno que frequenta. De volta a casa, torna-se cada vez mais claro para Cassel que um tenebroso segredo familiar ameaça destruí-lo. Desejoso de perceber quem realmente é, o jovem inicia uma cruzada de autodescoberta que o leva a enfrentar perigos cada vez maiores. Holly Black traz-nos uma narrativa fascinante que abre um novo capítulo neste género literário, o thriller noire.

Opinião: Apesar de Holy Black já ter várias obras publicadas no nosso país, inclusive em parceria com a nossa conhecida Cassandra Clare, foi a primeira vez que li um livro seu. Gata Branca, literatura fantástica para jovens-adultos, reflectiu essa estreia e trouxe com ele um universo de magia, com personagens bem construídas, uma boa dose de questões morais e toda uma aura mais negra, de mistério, traições, maldições e muitas “manipulações”. 

Manipulador, é esse o conceito base de toda a obra, que dita a importância de cada um numa espécie de cadeia, regida por uma família, e que consoante o talento do manipulador, tanto o eleva como rebaixa nessa sociedade. Temos manipuladores da sorte, das emoções, da morte, da memória, dos sonhos, entre outros, mas são os que têm a capacidade de transformar – manipuladores de transformação – que são os mais raros e, por isso, os mais desejados. É neste universo, em que quando se é tocado pela mão de um manipulador, sem luvas, tudo pode mudar, que nos é apresentado Cassel Sharpe, o único membro da sua família que não tem conhecimento de possuir algum tipo de manipulação. 

Cassel Sharpe, o mais novo de três irmãos e membro de uma família em que todos são manipuladores, menos ele, aparentemente, tenta viver uma vida o mais ordinária possível. A mãe está presa, os irmãos parecem não se preocupar muito com ele e é num colégio que ele encontra o seu refúgio. Até ao dia em que acorda no telhado, prestes a cair, sem saber como foi lá parar. Algo de muito errado se passou, mas é a memória de uma gata branca que não lhe sai da cabeça. E é a partir daqui que a verdadeira acção começa, principalmente quando Cassel liga a imagem da gata à sua paixão de infância – Lila. 

A narrativa começa por se desenvolver de forma lenta, sem que os conceitos do enredo estejam totalmente claros, mas assim que os primeiros pontos se unem, a velocidade da leitura aumenta muito consideravelmente. Porque é que Cassel haveria de ter matado Lila, sem se lembrar de como o fez, e ter apenas a memória de estar com uma faca ensanguentada nas mãos e de sorriso nos lábios? E qual a relação da gata branca com o seu sonambulismo e posterior enevoamento de memória? Perguntas e mais perguntas, mistérios atrás de mistérios, fazem com que o nosso protagonista parta numa espécie de demanda pela descoberta da verdade e é no seio da sua própria família que encontra as mais aterradoras respostas. 

Apesar do ambiente juvenil, esta é uma obra que também poderá agradar ao público mais adulto que goste de uma mistura entre a fantasia, o crime e o suspense. A escrita é fluída, com uma imagética que nos transporta facilmente para os cenários descritos e os diálogos têm tanto de divertido somo de sinistros. Não tendo um carácter complexo nem um enredo demasiado intrincado, proporciona uma leitura descontraída e dinâmica, óptima para relaxar e sair do que nos rodeia por umas horas em boa companhia. 

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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