Não sou uma pessoa que ouça muita música clássica. Tenho os meus momentos, sempre os tive, mas também já ouvi muito menos do que ouço agora. Ou mesmo que não seja bem aquele clássico tradicional, tornei-me apreciadora de composições de cordas mais sonantes, de pianos irrequietos e desassossegados, e aquilo que considero sinfonias modernas. E houve um catalisador, um responsável, por esta sensibilidade aumentada – o André Barros. André Barros é um compositor emergente com uma forte identidade e uma invulgar capacidade de trabalho. Depois de concluir um curso de produção, André Barros rumou à Islândia para trabalhar no estúdio Sundlaugin, fundado pelos Sigur Rós, uma das suas mais fortes influências. Mas respirar a mesma atmosfera que os seus heróis não o impediu de descobrir a sua própria voz como compositor e pianista, voz que possui as distintas marcas de uma identidade singular. Apresentação oficial feita, o que tenho a dizer é que o André é dos músicos mais talentosos que bonitos. Visitem a sua página e descubram a sua música!
Facebook: https://www.facebook.com/andrebarrosmusic
Bandcamp: https://andrebarrosmusic.bandcamp.com/
Abel Korzeniowski – Song of Time
O trabalho deste compositor polaco é absolutamente deslumbrante e este tema, “Song of Time”, demonstra-o de forma incrivelmente eficaz… Desde a composição à interpretação, estes pouco menos de 4 minutos são transcendentes!
Nils Frahm – Hammers
Nils Frahm (Erased Tapes) é um pianista e compositor contagiante a vários níveis (a todos os níveis!), quer pela virtuosidade ao piano, pela originalidade na composição, pela energia em palco… Este tema, do álbum Spaces, é tenso e frenético, e transporta-nos logo para um mundo que é só de Nils!
Wim Mertens – Fair Warnings
“Zee Versus Zed”, álbum onde encontramos este tema, é para mim um dos melhores trabalhos deste compositor absolutamente incontornável da música clássica contemporânea. Wim Mertens marca-nos de forma indelével com o seu trabalho e a sua energia é arrebatadora!
Myrra Rós – Sail on
Que da Islândia só surge música extraordinária não é nenhuma novidade, mas Myrra Rós consegue ainda surpreender! Fiquei a conhecê-la, e ao seu trabalho, aquando do meu estágio em Álafoss, na Islândia, e quando assisti ao concerto de estreia deste seu primeiro álbum (Kveldúlfur de 2012), fiquei rendido à voz única de Myrra e à sua originalidade nas composições.
Sigur Rós – Ára Bátur
Ára Bátur é, possivelmente, a música (e álbum!) que mais vezes escutei dos Sigur Rós pois condensa todas a suas virtudes! Esta banda representa, quanto a mim, o equilíbrio perfeito entre aquilo que se espera da frescura de uma melodia inesquecível e a originalidade e irreverência de um banda de Rock que rompe com o expectável. São únicos!
Kjartan Sveinsson – Síðasti bærinn 5
Ex-membro dos Sigur Rós, o Kjartan Sveinsson, que tive o privilégio enorme de conhecer durante o meu estágio no estúdio Sundlaugin, é um compositor que sinto ainda não lhe ter sido feito a devida justiça, pois é maioritariamente conhecido pelo seu trabalho no contexto da banda. Kjartan tem muito trabalho desenvolvido para além da banda e os seus trabalhos para bandas sonoras são fascinantes e tornam os seus filmes irresistíveis!
Ólafur Arnalds – Old skin
Esta versão despida do tema Old Skin é tão especial que seria um crime se não a partilhasse! O trabalho deste jovem compositor islandês tem sido tão marcante – em especial um dos seus últimos trabalhos onde reinventa (com arranjos magistrais!) a obra de Frédéric Chopin – que lhe têm valido uma notoriedade mundial, tornando-o também uma figura incontornável desta abordagem mais contemporânea e minimal ao universo inesgotável do clássico!
Max Richter – Spring 1
As quatro estações de Vivaldi, aqui pela visão do incrível Max Richter, ganharam um novo fôlego e surpreendem o mais frio dos corações! É deslumbrante ver uma abordagem orquestral com tanta originalidade e mantendo-se, ainda assim, fiel a este trabalho imortal de Vivaldi. Inesquecível!
Rodrigo Leão & Cinema Ensemble – Histórias
Rodrigo Leão já nos habituou à genialidade dos seus trabalhos e tem tido um percurso tão rico que seriam muitos os temas que poderia partilhar. Este “Histórias” é viciante e envolvente, provando a habilidade de Rodrigo e dos músicos extraordinários que o acompanham!