O escritor português Filipe Faria marcou uma geração inteira com as suas Crónicas de Allaryia. Foi a sua estreia literária, com o primeiro livro A Manopla de Karasthan, e desde então tem havido uma certa dificuldade em arrancar e descolar com novos projectos. Há três anos atrás saiu o primeiro livro da nova série Felizes Viveram uma Vez – O Perraultimato. Ainda saiu o segundo livro, O Andersenal, mas ao que parece os fãs do autor não ficaram propriamente deslumbrados e no futuro o autor vai lançar um terceiro livro condensando as histórias que ainda tinha para lançar em separado. Deixem-me que vos diga, na minha opinião esta segunda série tinha tanto ou mais potencial do que a primeira. Sigo a vida literária do Filipe praticamente desde que tenho o blogue, ou seja, há pelo menos sete anos, e a evolução e maturação das suas histórias tem sido do meu agrado.
O que me traz ao livro A Alvorada dos Deuses, cuja primeira versão li há talvez um ano. Se acompanham o blogue do autor, que aconselho vivamente, já sabem que é uma história que ele tinha para contar há já muitos anos. Não sendo este um post de opinião, mas antes de suscitação de curiosidade, cabe-me dizer que para quem gostar da série Vikings, esta será uma leitura bastante agradável. Sem serem parecidos, existem várias pontes que se cruzam no que toca ao confronto da “nova fé” com a veneração aos deuses. Em Alvorada dos Deuses temos precisamente isso, um homem em busca da sua fé que se vê confrontado com visões e com um grupo de desconhecidos que proclamam o desaparecimento do seu lugar sagrado por culpa do nazareno.
Ultrapassei a primeira meia centena de páginas e espero avançar outras tantas. O livro é relativamente pequeno, quando comparado com as outras obras do Filipe Faria, e a escrita flui bem. Será esta a minha companhia de Domingo quando não estiver a trabalhar. E a vossa, qual vai ser?