[Playlist da Quinzena] 1 a 15 de Junho de 2016 – As Escolhas de Eugénio Ribeiro

Fiz anos no dia 1 e confesso que me desleixei aqui com a Playlist da Quinzena. Mas não se preocupem, cá está ela e tenho a dizer que me é muito especial. É do meu querido afilhado, Eugénio Ribeiro, que não sendo um artista declarado, é um protagonista na minha vida e por isso fez todo o sentido partilhar com ele esta quinzena que me é sempre tão querida todos os anos. Sim, sou uma criança eterna que adora fazer anos e ter coisas especiais por essa altura. Já antes dediquei um ou mais posts ao Eugénio por aqui, basta que pesquisem pelo seu nome no blogue, portanto vou-me abster de mais baba de madrinha orgulhosa e do quão fantástico ele é para vos dar a conhecer a sua playlist “13 Steps”. Não se esqueçam que logo à noite há festão no Musicbox e, adivinhem, o Eugénio vai lá estar! 🙂 


1. Massive Attack – Teardrop

A maior parte das pessoas conhece esta música como sendo o genérico do Dr. House, mas ela é muito mais que isso. Escolhi-a para abrir a playlist pela sua capacidade de captar a atenção das pessoas e de proporcionar uma experiência altamente imersiva, caso uma pessoa feche os olhos e se foque nela durante os seus 5 minutos e meio. Esta é aquela música que gosto de ouvir quando tenho de me concentrar. Paro tudo o que estou a fazer, oiço, e a seguir estou pronto para qualquer coisa.

2. Smashing Pumpkins – Disarm

Todos temos na nossa imaginação um esboço físico e psicologico da pessoa que gostariamos de ter ao nosso lado pelo menos uma vez. Aquela a que normalmente se chama a pessoa ideal. No meu caso esse esboço manteve-se desde o início da adolescência. No entanto, à medida que vai avançando, vamos tendo várias desilusões que nos levam a deixar de acreditar que vamos encontrar essa pessoa e a criar diversas barreiras à nossa volta para tentar evitar o sofrimento. Até que um dia alguém sorri para nós e, tal como diz a música, ficamos totalmente desarmados porque naquele momento sentimos que é aquela a pessoa. Independentemente de tudo o que possa acontecer a seguir, isto é algo que espero que toda a gente possa experienciar. É nisto que penso quando oiço esta música e foi por isso que a escolhi.

3. The Kooks – Seaside

Esta música tem apenas 1 minuto e 39 segundos, o que é estranho tendo em conta que as músicas de indie rock costumam ser bastante mais longas. No entanto, esta pequena preciosidade tem tempo suficiente para me pôr um sorriso na cara cada vez que a oiço. Consigo sentir nesta música aquela alegria que sentimos quando nos apaixonamos. A cabeça nas nuvens, as borboletas no estômago… Não me consigo lembrar de uma música melhor para ouvir numa tarde de Verão.

4. Snow Patrol – Set the Fire to the Third Bar (Feat. Martha Wainwright)

Para mim esta música descreve perfeitamente a importância de haver alguns períodos de distância entre casais. Quando as pessoas não se largam, a relação acaba por arrefecer e, eventualmente, acabam por se tornar apenas bons amigos. No entanto, quando existe alguma distância, mesmo que por pouco tempo, entra o factor saudade, que nos acende de novo o desejo de estar com a pessoa que amamos. E não me lembro de sensação melhor do que saciar esse desejo intenso, que pega fogo a tudo.

5. Incubus – Love Hurts

O que esta música diz, e com razão, é que todos somos masoquistas. Todos sofremos por amor e muitas vezes a dor que ele provoca é mais difícil de suportar que a dor física. Ainda assim, não deixamos de o procurar porque, tal como com uma droga, quando estamos no ponto alto sentimos que tudo o resto vale a pena. E a verdade é que se não existissem fases más, não daríamos valor às boas e a vida seria simplesmente aborrecida.

6. Bloc Party – This Modern Love

Esta música é uma crítica aos relacionamentos modernos, em que as pessoas estão juntas só por estar e não são capazes de se dar completamente porque estão à espera da pessoa certa. No entanto, tendo em conta este fecho, as pessoas certas podem estar frente a frente sem nunca se aperceberem. Basicamente, o que a música transmite é que é preciso viver tudo intensamente, se não não é viver, é apenas passar o tempo.

7. Pixies – Where is my Mind?

Esta é um clássico. Duvido que conheça alguém que não conheça esta música e, se alguma vez conhecer tal espécime, tratarei imediatamente de colmatar essa falha gravíssima. Aquilo que é mais surpreendente nesta música é que ela parece levar a interpretações muito diferentes e muito pessoais dependendo de quem a ouve. Para mim ela fala daqueles momentos em que temos tantas coisas na cabeça e queremos fazer tanto que acabamos por não fazer nada e aconchegar-nos no nosso canto, sem reagir. Para além disso, faz parte da banda sonora de um dos meus filmes preferidos, por isso tinha de estar aqui.

8. Nirvana – Heart-Shaped Box

Nirvana é aquela banda que, apesar de nunca ter sido a minha favorita, ouvi durante todas as fases da minha vida. Por isso, tinha de colocar aqui uma música deles. Escolhi esta porque, tal como da “Where is my Mind?”, tenho dela uma interpretação muito pessoal. Para mim esta música mostra como o amor se pode tornar uma prisão. Infelizmente, por vezes deixamos de ser felizes na relação em que estamos. No entanto, como a outra pessoa já fez muito por nós, sentimos que lhe devemos algo e ficamos presos a um amor que na verdade já morreu. O problema é que a outra pessoa vai acabar por perceber e isso nunca acaba bem.

9. Green Day – Good Riddance (Time of Your Life)

Eu passei a minha adolescência a ouvir punk rock e Green Day é era uma das minhas bandas favoritas. Optei por colocar aqui uma das músicas mais calmas porque se enquadra melhor com o resto da playlist. O que gosto especialmente nesta música, para além da mensagem importante de que por vezes as melhores coisas são aquelas que não se esperam, é que ela me causa sempre uma mistura estranha de sentimentos. Por um lado, faz-me viajar pelas memórias boas da minha vida, o que me deixa sempre com um sorriso na cara. Por outro lado, isso misturado com o tom melancólico da música faz com que sinta alguma tristeza por esses momentos já terem passado e não os poder voltar a viver. É difícil ficar indiferente…

10. blink-182 – Adam’s Song

Esta é outra das músicas da minha adolescência. Foca-se na solidão e em como é difícil para os humanos lidar com ela. Para além disso, refere um ponto importante, que é o facto de muitas vezes as pessoas que parecem mais alegres serem aquelas que estão em maior sofrimento. Por isso, deixo-vos aqui um conselho: mostrem aos vossos amigos que eles não estão sozinhos. Por vezes, os pequenos gestos, como dizer olá e perguntar se está tudo bem, são os mais importantes.

11. Arctic Monkeys – 505

Esta é uma música de contrastes. Felicidade e tristeza, realidade e imaginação, amor e saudade… Na minha opinião merece bem mais que ser a música de despedida do frenético “Favourite Worst Nightmare”. Curiosamente, está bastante mais próxima do registo mais recente dos Arctic Monkeys em temas como “Do I Wanna Know?” e “I Wanna Be Yours”. Para mim, esta música reflecte aquelas alturas em que estamos presos a uma relação que já não podemos ter e revivemos os momentos bons em loop na nossa imaginação, porque não somos capazes de a deixar morrer totalmente.

12. Billie Marten – In for the Kill

A versão original desta música, dos La Roux, é mexida, alegre e chama as pessoas para a pista de dança. Esta versão da Billie Marten é exactamente o oposto, o que dá um significado completamente diferente à música. Sinceramente, gosto muito mais desta versão. Ela mostra-nos que a partir do momento em que cedemos aos nossos desejos, ao tentar voltar atrás vamos sofrer porque sentimos falta e que, por isso, o melhor é dar tudo para satisfazer esse desejo enquanto for possível.

13. Damien Rice – 9 Crimes (Demo Version)

Esta versão da 9 Crimes, que encerra o álbum 9, consegue, na minha opinião, transmitir muito mais que a versão “final”, que abre o álbum. Esta é uma música que fala sobre traição. No entanto, eu vejo-a de uma forma diferente, embora relacionada. Para mim esta música enquadra-se naquele momento em que uma relação acabou, mas ainda há claramente sentimento de ambas as partes e não somos capazes de arriscar estar com alguém novo porque sentimos que se o fizermos estamos a destruir todas as hipóteses de reconciliação.

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    Olá a todos, sejam muito bem-vindos! O meu nome é Sofia Teixeira e sou a autora do BranMorrighan, o meu blogue pessoal criado a 13 de Dezembro de 2008.

    O nome tem origens no fantástico e na mitologia celta. Bran, o abençoado, e Morrighan, a deusa da guerra, têm sido os símbolos desta aventura com mais de uma década, ambos representados por um corvo.

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